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Análise

Obama frustrou os que apostaram que ele faria reformas como a da imigração

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA ESPECIAL PARA A FOLHA

Nenhum presidente eleito nos EUA despertou tanta expectativa por grandes mudanças quanto Barack Obama em 2008.

Dele se pedia mais do que qualquer político poderia entregar.

Mas se esperava um desempenho melhor pelo menos em alguns temas, como o de uma reforma que integrasse boa parte dos imigrantes ilegais à sociedade, o fechamento da prisão de Guantánamo, diálogo mais intenso e produtivo com o mundo islâmico, absorção de quase todos os americanos a um plano nacional de saúde.

No entanto, em seu primeiro mandato, poucas iniciativas de impacto se transformaram em realidade.

E, ao final do primeiro ano de seu segundo mandato, Obama tem aprovação em torno de apenas 40%.

Em grande medida, isso ocorre porque desde 2011 Obama está em minoria na Câmara dos Representantes, e a oposição no Congresso é a mais radical de que se tem lembrança no país.

Obama só conseguiu governar entre julho de 2009 e janeiro de 2011, quando o Partido Democrata teve 60 das 100 cadeiras do Senado, o número que permite derrubar obstruções parlamentares.

Foi nesse período que fez as grandes realizações até agora de seu governo: a mudança do sistema de saúde, a reforma do sistema financeiro, o pacote para recuperar a indústria automobilística, o fim da discriminação contra gays nas Forças Armadas e a ratificação do tratado de controle de armas com a Rússia.

Foi também nessa curta janela que conseguiu a aprovação de duas indicações para a Suprema Corte.

Para se ter uma ideia da intensidade da oposição ao presidente: metade de todas as obstruções para impedir a aprovação de indicações presidenciais na história dos EUA ocorreu na administração Obama.

Mas reconhecer que a oposição atrapalha muito o presidente não altera a constatação de que dele se esperava talento de liderança similar pelo menos ao de Nelson Mandela, capaz de superar rivalidades enormes.

A decepção de quem acreditou nele não se atenua, mesmo entre os que mais o apoiavam, como a geração dos "millenials" (de 18 a 29 anos), entre os quais agora 54% o reprovam.


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