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Turquia destitui 350 policiais de Ancara após ação anticorrupção

Agentes participaram de operação que irritou o premiê Erdogan

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Três semanas após um escândalo de corrupção ter atingido ministros e empresários ligados ao governo turco, o novo ministro do Interior, Efkan Ala, assinou um decreto que destituiu ao menos 350 policiais da capital do país, Ancara.

Entre eles, segundo a BBC, estavam agentes que comandaram, ainda ontem, uma nova fase da operação anticorrupção contra uma rede de subornos e de manipulação de licitações da empresa pública de ferrovias TCDD.

Nessa operação, ao menos 25 pessoas foram presas nas cidades de Esmirna, Ancara, Istambul, Hatay e Van.

Centenas de agentes, inclusive em postos de chefia, já foram afastados de seus cargos pelo Poder Executivo após uma investigação policial, deflagrada no dia 17 de dezembro, levar à detenção de mais de 50 pessoas, entre elas filhos de ministros e o diretor do banco estatal turco Halkbank.

Após o escândalo, três ministros se viram forçados a renunciar, e outros dez foram substituídos pelo premiê Recep Tayyip Erdogan.

A pasta de Interior, responsável pela política de segurança interna, foi uma das que foram renovadas.

INVESTIGAÇÃO

Também ontem, o Conselho Supremo de Magistratura (HSYK), órgão responsável por nomear os membros superiores do Judiciário, abriu investigação contra o recém-nomeado chefe da polícia de Istambul, Selami Alt?nok, e quatro procuradores que supervisionaram parte da investigação sobre corrupção de dezembro do ano passado.

Para analistas, a destituição de policiais pelo governo tem por objetivo enfraquecer as investigações e a influência do Movimento Gulen, ou Hizmet, dentro do aparelho estatal turco.

Acredita-se que boa parte dos integrantes do Judiciário e da polícia turca façam parte desse movimento religioso e social, liderado por Fethullah Gulen, radicado nos EUA desde 1999. O Hizmet nega estar envolvido nas investigações da polícia.

Gulen era aliado do partido governista Justiça e Desenvolvimento, conhecido como AK, mas essa relação veio se deteriorando nos últimos meses. Em novembro, Erdogan anunciou planos de fechar as escolas privadas ligadas ao Hizmet, importante fonte de renda do grupo.

O premiê, que atribui a operação policial deflagrada em dezembro a uma conspiração contra seu governo, controla a política turca há 11 anos. Em março, haverá eleições municipais no país.

Em junho de 2013, Erdogan enfrentou uma onda de protestos que questionou sua postura autoritária e teve como epicentro o parque Gezi, em Istambul.


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