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Análise

País assiste a uma luta entre Erdogan e influente ex-aliado

FIACHRA GIBBONS DO "GUARDIAN"

O que você faria se metade de seu círculo de ministros e seus filhos estivessem implicados no maior escândalo de corrupção da história turca, acusados, entre outras coisas, de aceitar subornos de dezenas de milhões de dólares a fim de ignorar outros bilhões em transações escusas?

Em um mundo ideal, esse escândalo, que atingiu o premiê turco Recep Tayyip Erdogan, teria sido exposto por um quadro destemido de promotores públicos imparciais.

A verdade é mais complicada. É quase certo que nada teria sido exposto caso Erdogan não tivesse antagonizado seu mais importante ex-aliado, o líder espiritual Fethullah Gulen.

A Turquia conquistou grandes avanços nos dez últimos anos. Erdogan e Gulen receberão agradecimentos da história por terem castrado as Forças Armadas, a despeito dos métodos questionáveis que usaram.

Tudo isso, e mais, está em risco agora porque esses dois homens feridos e doentes estão determinados a destruir um ao outro.

Há muito de bom em Erdogan, e sua queda é uma grande tragédia política. Ele prometeu paz, liberdade e prosperidade aos turcos e curdos e, por algum tempo, parecia capaz de cumprir a promessa. Mas deixará um legado de medo, censura e corrupção.

Organizações semissecretas, como o Hizmet, de Gulen, não são os defensores ideais de uma democracia transparente. Como as Forças Armadas, precisam ser enfrentadas, se o objetivo é que a democracia prospere.

Mas, por ora, sem uma oposição digna desse nome e com uma sociedade civil que ainda não tem força suficiente para se fazer ouvir, elas são tudo que a Turquia tem.


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