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Líder supremo do Irã condena chat on-line entre pessoas de sexo oposto
Não está claro, porém, se a opinião criminaliza a troca de mensagens na república islâmica
Para Ali Khamenei, conversas entre pessoas sem vínculos familiares muitas vezes envolvem 'imoralidade'
O Irã decretou que é moralmente ilícito pessoas de sexo oposto sem vínculo marital ou familiar conversarem por chat na internet.
A decisão foi anunciada na segunda-feira por meio de uma fatwa, decreto religioso emitido pelo líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, máxima autoridade na república islâmica.
A fatwa surgiu como resposta a um questionamento, postado no site oficial khame nei.ir, no qual um internauta perguntou o que o líder supremo achava das conversas por mensagens instantâneas entre homens e mulheres.
"Diante da imoralidade que muitas vezes envolve essas coisas, é algo que não é permitido", escreveu Khamenei.
Embora a palavra do líder supremo possa ter grande impacto devido à sua estatura de autoridade espiritual absoluta na teocracia iraniana, não está claro se sua declaração transforma o chat em ato criminoso a ser reprimido ou se ela reflete apenas uma reprovação moral dos flertes on-line.
"Diante da escassez de opções de lazer no país, a maioria dos jovens iranianos passa muito tempo procurando sua cara metade nas redes sociais", disse à Folha a secretária Morvarid Abassi, 25.
O eventual veto, porém, seria difícil de implementar no país onde metade dos 75 milhões de habitantes são usuários frequentes da internet.
Muitos recorrem a programas antifiltros que ajudam a despistar eventual rastreamento na internet e permitem contornar bloqueios do governo a milhares de sites estrangeiros, inclusive Facebook, Twitter e Instagram.
A promessa por maiores liberdades individuais e na internet foi um dos temas centrais da campanha que elegeu, em junho, o presidente Hasan Rowhani.
Mas os esforços por maior liberalização esbarram na pressão de clérigos e membros do aparelho securitário, que ainda detêm a palavra final em questões morais e sociais.