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Escândalo de bloqueio de ponte afeta presidenciável americano

Equipe do governador de Nova Jersey é acusada de dificultar trânsito para prejudicar rival

Chris Christie, principal aposta do Partido Republicano para as eleições de 2016, se viu forçado a se desculpar

ISABEL FLECK DE NOVA YORK

Acuado pelo escândalo do bloqueio parcial de uma ponte para prejudicar um rival político, o principal nome do Partido Republicano para a corrida presidencial de 2016 nos Estados Unidos se viu obrigado a pedir desculpas públicas ontem.

Por quase duas horas, o governador de Nova Jersey, Chris Christie, respondeu a perguntas de jornalistas, dizendo-se "envergonhado e humilhado" pelo envolvimento de sua equipe na interrupção do tráfego em parte das pistas da ponte George Washington, que liga a cidade de Fort Lee a Manhattan, em setembro.

Segundo mostra uma troca de e-mails, a ação foi ordenada por assessores de Christie como uma forma de vingança contra o prefeito de Fort Lee, o democrata Mark Sokolich, que não apoiou a reeleição do republicano ao governo do Estado.

Por conta do bloqueio, os moradores da região enfrentaram um engarrafamento recorde, semanas antes da eleição estadual. A ponte George Washington é a mais movimentada do país.

Como resposta, Christie anunciou ter demitido sua vice-chefe de gabinete, Bridget Anne Kelly, que aparece orquestrando o bloqueio em e-mails que vieram a público anteontem.

Ele próprio negou ter qualquer "conhecimento ou envolvimento" prévio com a interrupção do tráfego e se disse "surpreso" com as revelações da véspera.

O governador repetiu várias vezes que foi "traído" por membros de sua equipe, mas assumiu para si a responsabilidade "pelo que acontece debaixo de seu nariz".

"Tenho 65.000 pessoas trabalhando para mim e não tenho como saber o que cada um está fazendo a cada minuto. Mas eu sou o responsável", afirmou.

"Hoje vim aqui para me desculpar, com o povo de Nova Jersey e com o povo de Fort Lee. Estou envergonhado e humilhado com a conduta de algumas pessoas da minha equipe", disse Christie em frente às câmeras.

Mais tarde, ele foi a Fort Lee para falar pessoalmente com o prefeito da cidade, que disse ter aceito as desculpas.

'ESTUDO DE TRÁFEGO'

Christie disse ter consultado assessores sobre as razões do fechamento da ponte após o bloqueio.

Segundo ele, a vice-chefe de gabinete e outros servidores disseram não saber de nada. O governo explicou, na época, que o motivo era um "estudo de tráfego".

Questionado sobre sua relação com David Wildstein, um dos responsáveis pelo tráfego na ponte que aparece nos e-mails, ele negou que sejam "amigos de infância".

Nas mensagens divulgadas, Kelly avisa a Wildstein que era "hora de alguns problemas de tráfego em Fort Lee". Mensagens posteriores chegam a esboçar uma possível preocupação com crianças que poderiam perder aulas por conta do bloqueio parcial da ponte.

"Eles são os filhos dos eleitores de Buono", responde Wildestein, em referência à democrata Barbara Buono, que disputou o governo do Estado com Christie.

O Departamento de Justiça americano abriu inquérito para investigar o caso.


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