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Análise
Imagem suja de Christie é notícia péssima para os republicanos
PATRÍCIA CAMPOS MELLO DE SÃO PAULOChris Christie, o republicano durão e competente que se dá bem com democratas, pode ter se transformado em líder de quadrilha de bullying que bloqueia pontes para se vingar de desafetos. E essa é uma péssima notícia para o Partido Republicano.
Christie, governador de Nova Jersey, é a grande esperança dos republicanos para retomar a Casa Branca em 2016. Em pesquisa realizada pela CNN/ORC International há duas semanas, ele é o único republicano que consegue empatar com a democrata Hilary Clinton, possível candidata na eleição de 2016.
Os outros possíveis candidatos republicanos --Paul Ryan, vice na chapa de Mitt Romney em 2012; Ted Cruz, estridente estandarte do Tea Party; Marco Rubio, o "Obama" hispânico; e Jeb Bush, "o melhor dos irmãos" -- ficam a léguas de distância.
A imagem cultivada cuidadosamente por Christie e seus assessores era um fenômeno de marketing. Um Clint Eastwood bem acima do peso, ele dava broncas em eleitores e não se furtava de dizer verdades a colegas republicanos.
No entanto, abraçava o presidente Barack Obama nos esforços de resgate do furacão Sandy, em 2012, ao mesmo tempo em que agradava republicanos com sua ortodoxia fiscal e sua ojeriza a sindicatos de professores.
Além disso, não era tão radical como colegas do Tea Party a ponto de alienar os eleitores independentes, cujos votos são necessários para vencer uma eleição.
Mas, antes mesmo da revelação dos e-mails do "pontegate", começou a vir à tona um histórico de bullying. Reportagem do "New York Times" de dezembro mostrava que ele retaliava vários que ousaram cruzar seu caminho: um ex-governador perdeu o direito a um segurança e um professor da Universidade Rutgers teve cortada a verba para seus programas.
"Eu sou o que sou, mas não faço bullying", disse Christie ontem. Será?
