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Governo israelense anuncia ampliação de assentamentos
Decisão é vista por palestinos e por setores da própria coalizão do premiê como afronta às negociações de paz
No total, serão licitadas cerca de 1.400 novas unidades habitacionais em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia
O governo de Israel anunciou ontem licitações para cerca de 1.400 novas unidades habitacionais em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia.
A decisão foi recebida como mais um agravo às negociações de paz com os palestinos, desagradando inclusive a membros da coalizão do premiê Binyamin Netanyahu.
A decisão de ampliar os assentamentos não vem como uma surpresa no país, em que tais anúncios têm sido coordenados com a soltura de prisioneiros palestinos, num complicado jogo político para agradar a diversos setores.
A declaração vinha sendo adiada, entre negociações e visitas de John Kerry, secretário de Estado norte-americano. Mas, de acordo com relatos, Netanyahu tinha por meta não demorar em divulgar as construções para, assim, não desagradar à linha-dura de seu governo.
As licitações incluem 600 unidades próximas ao bairro Ramat Shlomo, em Jerusalém, e outras 801 em assentamentos ao redor da Cisjordânia, entre eles Efrat e Ariel.
Yair Lapid, ministro das Finanças de Israel, respondeu ao anúncio do Ministério da Habitação afirmando que as novas construções são uma má ideia a que seu partido, Yesh Atid, irá se opor.
Em comunicado divulgado à imprensa, o negociador-chefe palestino, Saeb Erekat --que recentemente renunciou à sua tarefa de dialogar com israelenses--, afirmou que o "anúncio mostra o claro comprometimento israelense com a destruição dos esforços de paz".
As negociações entre israelenses e palestinos foram retomadas em 2013 e devem durar ao menos até abril. No entanto, os assentamentos são considerados um entrave à paz, já que impedem a criação de um Estado palestino contínuo na Cisjordânia.