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Israelense debocha de plano de paz de Kerry

Ministro teria desejado que secretário de Estado ganhasse Nobel e abandonasse o tema

DE JERUSALÉM

Moshe Yaalon, o ministro da Defesa de Israel, tornou-se pivô do mais novo embaraço diplomático entre Israel e EUA, ontem.

O jornal israelense "Yediot Aharonot" informou que, em conversas privadas com oficiais de ambos os países, o ministro classificou o secretário de Estado americano, John Kerry, de "messiânico" e "obsessivo". "A única coisa que pode nos salvar é Kerry vencer o Nobel e nos deixar em paz", teria dito.

O israelense também disse, ainda conforme o jornal, que o plano americano de segurança "não vale o papel em que está escrito", em referência à proposta dos EUA sobre a presença militar israelense na região após a eventual criação da Palestina.

Pouco depois de as supostas declarações terem vindo à tona, a Casa Branca emitiu uma incomum condenação, afirmando que, caso sejam confirmadas, elas foram "ofensivas e inapropriadas".

"Kerry e sua equipe têm trabalhado dia e noite para tentar promover uma paz segura para Israel", afirmou um porta-voz americano, em resposta a Yaalon.

"Questionar seus motivos e distorcer suas propostas não é algo que esperávamos do ministro da Defesa de um aliado próximo", completou.

Yaalon foi também criticado em seu próprio país. Em discurso no Parlamento (Knesset), o premiê Binyamin Netanyahu repreendeu o ministro. "Às vezes, há divergências com os EUA, mas elas são sempre sobre o assunto em pauta, e não sobre a pessoa", afirmou.

Fizeram críticas ainda a ministra da Justiça Tzipi Livni, o chanceler Avigdor Lieberman e o líder da oposição Isaac Herzog.

Diante da pressão, no fim do dia, o gabinete do ministro israelense divulgou nota elogiando Kerry.

"O ministro da Defesa não tinha a intenção de ofender o secretário, e ele [Yaalon] pede desculpas, caso o secretário tenha se sentido ofendido pelas palavras atribuídas ao ministro", afirmou.

Desde que assumiu o cargo, Kerry tem pressionado tanto israelenses quanto palestinos ao diálogo, pelo que costuma ser elogiado em público. Seu esforço é também considerado a razão pela qual foram retomadas as negociações de paz, em julho do ano passado.

Na semana passada, o americano concluiu sua décima visita a Jerusalém em apenas um ano. E há expectativa de que retorne já na semana que vem.

A relação entre Israel e EUA passa por um momento de fragilidade, enquanto o governo de Netanyahu dá continuidade à expansão dos assentamentos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.

O ministro Yaalon, inclusive, defende essa política.


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