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China bloqueia sites após denúncia feita contra o governo

Segundo jornais estrangeiros, parentes de importantes dirigentes fizeram movimentações em paraísos fiscais

Informações surgem antes do julgamento de Xu Zhiyong, que luta por transparência nas contas de autoridades

MARCELO NINIO DE PEQUIM

Os sites na internet dos jornais "El País" (Espanha), "Guardian" (Reino Unido), "Le Monde" (França) e "Süddeutsche Zeitung" (Alemanha) foram bloqueados ontem na China após a revelação de que parentes dos principais líderes do país mantêm fortunas em paraísos fiscais.

Os dados foram descobertos pelo Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo (Ciji).

Ao menos 13 familiares de dirigentes do alto escalão do governo ou de comunistas históricos são apontados como operadores de empresas offshore nas Ilhas Virgens Britânicas e em outros locais associados a fundos secretos.

No relatório, os envolvidos são chamados de "nobreza vermelha".

Entre os citados estão o cunhado de Xi Jinping, atual dirigente do país, o filho e o genro do ex-premiê Wen Jiabao, um primo do ex-líder Hu Jintao e a filha de outro ex-premiê, Li Peng.

As informações são motivo de constrangimento para o governo de Xi Jinping, que deslanchou uma cruzada contra a corrupção desde que tomou posse, em março do ano passado.

As descobertas do Ciji têm como base mais de 2,5 milhões de documentos vazados por duas administradoras que operam nas Ilhas Virgens.

Foram identificados 22 mil clientes de paraísos fiscais com endereço em Hong Kong ou na China.

"Entre eles estão alguns dos homens e mulheres mais poderosos da China, incluindo os 15 mais ricos, membros do Congresso Nacional do Povo, executivos de estatais envolvidos em escândalos de corrupção", afirma o Ciji.

As autoridades chinesas não têm obrigação de declarar seus bens, mas os dados mostram como a abertura da economia chinesa nos últimos anos enriqueceu uma elite ligada ao poder.

De acordo com estimativas, entre US$ 1 trilhão e US$ 4 trilhões deixaram o país de forma ilegal desde 2000.

A revelação ocorreu poucas horas antes do julgamento do advogado Xu Zhiyong, que luta para que haja transparência nas contas pessoais das autoridades chinesas.

Preso em julho, Xu manteve-se em silêncio no julgamento. Só falou no fim. Mas foi interrompido pelo juiz, que disse que não permitiria um "discurso político".


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