Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mundo

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Governo e oposição se reúnem na Ucrânia

Líderes antigoverno expressaram decepção com o encontro e pediram que manifestantes continuem mobilizados

Opositores pedem novas eleições, renúncia do gabinete do premiê e revogação da lei que restringe atos populares

DIOGO BERCITO ENVIADO ESPECIAL A KIEV

Líderes da oposição ucraniana expressaram sua decepção ontem depois de um encontro com o presidente o presidente Viktor Yanukovich e instaram os manifestantes a continuarem mobilizados, mas evitando confrontos com as forças de segurança.

Ao fim de quatro horas de negociações, Arseniy Yatsenyuk, líder do Batkivshina --partido da opositora Yulia Tymoshenko--, estimou que havia muitas possibilidades de acabar com o banho de sangue, mas, assim como outros dirigentes da oposição, se mostrou receoso diante dos milhares de manifestantes reunidos na praça da Independência.

A trégua estabelecida entre opositores e o governo foi encerrada à tarde, sem incidentes. Mas à meia-noite local, desafiando a temperatura abaixo de zero e envoltos pela neve acumulada pelos dias anteriores, manifestantes permaneciam na praça que foi palco de protestos recentes.

"A única coisa que obtivemos em nosso encontro com Yanukovich foi uma promessa de libertar todos os militantes", disse o líder opositor e ex-boxeador Vitaly Klitschko.

Ele disse que Yanukovich descartou qualquer possibilidade de demissão no governo, inclusive a sua.

Oleh Tiahnybok, do partido Svoboda, acrescentou que o presidente propôs liberar à oposição a rua Gruchevski em troca da tranquilidade na praça da Independência, ocupada há dois meses. Ele pediu aos manifestantes mais alguns dias de trégua.

Novas negociações entre o governo e a oposição estão previstas, mas ainda sem data definida.

Yanukovich pediu ontem a convocação de uma sessão extraordinária do Parlamento, prevista para terça-feira.

A oposição pede a convocação de novas eleições presidenciais, a renúncia do gabinete do primeiro-ministro e a retirada da nova lei que limita ações nos protestos.

Apesar da trégua, cerca de 2.000 manifestantes tomaram ontem a sede da delegação do governo na região de Lviv, tradicional reduto opositor, e obrigaram o delegado do executivo, Oleg Salo, a apresentar sua demissão.

O movimento de contestação ao governo de Yanukovich foi lançado há dois meses em resposta à recusa do presidente em assinar um acordo com a União Europeia (UE) em favor de uma aproximação com a Rússia.

Os protestos ganharam impulso desde a adoção, na semana passada, de uma lei reforçando as punições contra os manifestantes.

A chefe da diplomacia da UE, Catherine Ashton, virá a Kiev para se reunir com Yanukovich e a oposição e "acompanhar a situação de perto".

Os EUA ameaçaram a Ucrânia com sanções se a situação não melhorar.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página