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Obama ameaça agir sem aval do Congresso

Em fala anual a congressistas, presidente americano anuncia aumento do salário mínimo para servidores federais

Democrata usa discurso do Estado da União para desfazer imagem de paralisia da Casa Branca em ano eleitoral

RAUL JUSTE LORES DE WASHINGTON

O presidente americano Barack Obama ameaçou dar passos "sem o Legislativo", caso sua agenda do segundo mandato continue paralisada no Congresso, onde não tem maioria na Câmara.

Em tom assertivo, ele disse que assinará mais "ordens executivas" (equivalente às medidas provisórias no Brasil) para destravar projetos paralisados, ainda que vários analistas considerem essas ferramentas limitadas.

Foi ontem à noite, durante o mais importante discurso presidencial do ano, o do "Estado da União", quando os presidentes americanos apresentam suas prioridades e propostas legislativas, com o Congresso repleto, diante de senadores, deputados, todos os ministros e juízes da Corte Suprema.

Projetos como a reforma imigratória, o aumento do salário mínimo e o controle da venda de armas, já apresentados no discurso do ano passado, foram engavetados na Câmara.

Parte do discurso focou o crescimento da desigualdade --enquanto o controle de armas foi reduzido a um parágrafo. O presidente afirmou que, depois de quatro anos de crescimento econômico, "lucros corporativos e o valor das ações na Bolsa raramente estiveram tão altos, e aqueles no topo nunca se deram tão bem". "Mas os salários médios mal se mexeram. A desigualdade se aprofundou. A ascensão social está paralisada", disse.

Foi quando ele falou de como pretende trabalhar com o Congresso. "Vamos fazer deste um ano de ação. Ofereço propostas concretas e práticas para acelerar o crescimento, algumas das quais exigem a ação do Congresso. Mas onde e quando eu puder dar passos sem o Legislativo para expandir as oportunidades para mais famílias, é isso que irei fazer", discursou.

A primeira medida anunciada ontem foi a que eleva o salário mínimo dos funcionários federais a US$ 10,10 ""ele pediu ao Congresso que eleve a esse valor para todos os trabalhadores. E disse que relançará programas de treinamento para desempregados e institutos de inovação.

Obama também admitiu que, mesmo com a recuperação econômica e "o menor desemprego em cinco anos", "muitos americanos estão trabalhando mais que nunca para sobreviver, e muitos nem têm trabalho".

O presidente amarga os piores índices de popularidade em 5 anos de mandato e enfrenta eleições legislativas em novembro, quando o governo deve continuar em minoria na Câmara, mas ainda corre o risco de perder a atual maioria no Senado.

Ele deixou a política externa para o final. Houve apenas uma rápida referência às Américas (sem citar um único país da América Latina), dizendo que "novos laços de comércio estão sendo construídos, junto com mais intercâmbios educativos e culturais entre nossos jovens".

O Oriente Médio dominou essa parte do discurso. Comemorou a retirada das tropas americanas do Iraque (sem citar o caos atual no país) e a redução da presença militar no Afeganistão. E disse que foi a "diplomacia" que colocou o Irã na mesa de negociação para limitar seu programa nuclear e que fez a Síria entregar as armas químicas. Obama prometeu vetar novas sanções contra Teerã, caso o Congresso aprove um projeto nesse sentido.

A revisão da espionagem da NSA, que passará pelo Congresso, também foi citada rapidamente, "respeitando a privacidade de americanos e cidadãos do mundo".


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