Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mundo

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

EUA chamam Brasil para discutir vigilância

Conselheira de segurança de Obama, Susan Rice promete dar explicações hoje ao chanceler brasileiro, Figueiredo

Brasil cobra mudanças no funcionamento das agências de espionagem desde acusação de que Dilma foi monitorada

PATRÍCIA CAMPOS MELLO ENVIADA ESPECIAL A HAVANA

O chanceler Luiz Alberto Figueiredo vai se encontrar hoje com a conselheira de segurança nacional dos EUA, Susan Rice, para discutir a revisão nas regras da Agência de Segurança Nacional (NSA).

A informação foi antecipada ontem pelo site da Folha.

Rice ligou para Figueiredo antes do discurso em que o presidente americano, Barack Obama, anunciou reformas no programa de espionagem americano, em 17 de janeiro.

A conselheira tratou das reformas na agência e o convidou para encontro hoje em Washington. Na conversa, ela vai detalhar o que mudará no sistema de monitoramento.

"Estou indo a Washington a convite da conselheira de segurança nacional, Susan Rice, para continuar o diálogo, uma vez que foi concluída a avaliação interna da NSA. Uma nova data para a visita da presidente Dilma não será discutida", disse Figueiredo em entrevista durante cúpula de países latino-americanos e caribenhos em Havana (Cuba).

Dilma cancelou sua visita de Estado a Washington em outubro depois das revelações do ex-técnico da NSA Edward Snowden de que os EUA a teriam espionado.

Em sua fala há duas semanas, Obama disse que os EUA "não vão monitorar as comunicações de chefes de Estado e governo de amigos e aliados próximos", a não ser que haja "motivo convincente de segurança nacional".

O discurso foi considerado genérico pelo governo brasileiro. Agora, seria a chance de Rice explicar de maneira mais específica as mudanças planejadas na NSA.

O encontro é visto como "um passo" no processo de reaproximação entre os dois países. Mas Dilma insiste em um pedido de desculpas de Obama pela espionagem. O encontro com Rice, segundo a Folha apurou dentro do governo brasileiro, de maneira nenhuma elimina a necessidade desse pedido.

Os EUA já aceitaram participar da reunião sobre regras na internet que o governo brasileiro vai realizar em São Paulo, em abril.

COMÉRCIO

Figueiredo também vai se reunir com Mike Froman, o representante de comércio dos EUA. Na pauta estarão a abertura do mercado americano para a carne in natura brasileira, que está em fase final de negociação, e o "contencioso do algodão", em que a Organização Mundial do Comércio determinou que os subsídios dos EUA a produtores de algodão eram ilegais.

Os países chegaram a um acordo determinando que os americanos teriam de pagar uma compensação de US$ 147 milhões por ano ao Brasil, mas os EUA deixaram de cumprir esse acordo.

O chanceler pode dizer a Froman que, caso isso não se modifique, o Brasil cogita retaliar, elevando tarifas de importação e quebrando patentes, como previsto pela OMC.

Segundo a Folha apurou, o governo brasileiro vai falar também sobre sua preocupação com novos tipos de ajuda a agricultores americanos que constam da Lei Agrícola aprovada pela Câmara, considerados "muito negativos".


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página