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Ucrânia aprova anistia a presos em protesto

Oposição, porém, é contra a medida, condicionada à desocupação de prédios públicos por manifestantes antigoverno

Presidente pressiona por aprovação da lei; para opositor, detidos pelos atos são 'reféns'

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O Parlamento da Ucrânia aprovou ontem a concessão de anistia aos presos por participar de protestos contra o presidente Viktor Yanukovich, desde que manifestantes desocupem edifícios públicos como a prefeitura da capital, Kiev, e vários outros tomados em todo o país.

A medida, resultado de 12 horas de negociação entre os parlamentares, não teve apoio dos partidos de oposição por trás dos protestos, que se abstiveram de votar --condicionar a anistia à desocupação dos prédios era exatamente a proposta feita pelo presidente na segunda-feira.

Sob gritos de protesto de parlamentares oposicionistas, o texto da anistia foi aprovado com os votos de 232 dos 416 deputados presentes, na maioria aliados ao governo Yanukovich. Houve 173 abstenções e 11 votos contrários.

O próprio presidente compareceu ao Parlamento ontem para ajudar a aprovar a lei e se reuniu a portas fechadas com alguns deputados.

O líder do partido nacionalista Liberdade, Oleg Tiagnibok, condenou a medida e comparou os detidos pelos protestos a reféns, que não serão libertados até a desocupação dos prédios públicos.

"Com essa lei, as autoridades do país admitem que fizeram reféns, como se fossem terroristas, para negociar com eles", declarou Tiagnibok à agência ucraniana Interfax.

Na saída da sessão, o oposicionista afirmou ainda que os próximos passos dos manifestantes serão decididos em reunião na praça da Independência, epicentro dos protestos na capital ucraniana.

Os manifestantes ocupam prédios e mantêm barricadas no centro de Kiev desde novembro, quando Yanukovich rejeitou o acordo de adesão da Ucrânia à União Europeia, alegadamente por pressão econômica da Rússia --o presidente é aliado do seu colega russo, Vladimir Putin.

Anteontem, os opositores ucranianos conseguiram a renúncia do premiê Mykola Azarov e a derrubada de 9 dos 12 artigos da lei contra manifestações que o próprio Parlamento havia aprovado.

'GUERRA CIVIL'

Na abertura da sessão parlamentar que debateu a proposta de anistia, o primeiro presidente da Ucrânia após a queda da União Soviética, Leonid Kravchuk, que governou de 1991 a 1994, disse que o país está "à beira da guerra civil" e defendeu acordo para dar fim à crise política.

Segundo o governo da Alemanha, a chanceler do país, Angela Merkel, conversou ontem por telefone com Yanukovich e com Putin. Ela pediu colaboração dos dois por uma saída democrática para a crise e disse que a UE está "pronta a ajudar" a Ucrânia.

A chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, reuniu-se ontem com o presidente ucraniano e disse que a violência no país "tem de cessar, venha de onde vier".


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