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Militares pedem 'urgência' contra protestos na Ucrânia

Forças Armadas, até então isentas, condenam manifestações de opositores

Comunicado leva a temor de interferência na crise; país vive onda de protestos contra o governo há dois meses

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

As Forças Armadas da Ucrânia pediram ontem ao presidente Viktor Yanukovich que tome "medidas urgentes" para estabilizar o país.

O mandatário enfrenta há dois meses protestos da oposição, que pede sua renúncia após ele ter rejeitado um acordo com a União Europeia.

Em comunicado no site do Ministério da Defesa, os militares, até então aparentemente neutros diante da crise, afirmaram considerar "inaceitável" a ocupação de prédios estatais e as tentativas de impedir o cumprimento das funções do Executivo.

Para as Forças Armadas, "a escalada de contestação ameaça a integridade territorial ucraniana".

A declaração levantou o temor de interferência militar na crise, seja na forma de um golpe, ou de repressão violenta aos protestos.

Ainda ontem, Yanukovich sancionou uma lei de anistia aos manifestantes detidos, condicionada ao fim da ocupação dos prédios.

A oposição rejeitou, porém, os termos da legislação e mantém prédios públicos em Kiev, bem como algumas sedes regionais de governo no oeste, sob seu controle.

Yanukovich assinou o texto mesmo em licença médica, pedida anteontem, supostamente devido a um problema pulmonar.

Também foi promulgada a revogação das leis que limitavam protestos e deram novo fôlego às revoltas populares no mês passado.

Além do recuo do governo, a crise política ainda forçou a renúncia do primeiro-ministro, Mykola Azarov.

REUNIÃO

O chamado dos militares foi publicado um dia antes de uma reunião na Alemanha dos líderes opositores Vitali Klitschko e Arseni Yatseniuk com o secretário de Estado americano, John Kerry, que deve ocorrer hoje.

Os dois ainda devem se encontrar com a chefe da diplomacia da União Europeia, Catherine Asthon.

Ontem, Kerry afirmou que as concessões do presidente ucraniano aos manifestantes não são suficientes. Ele também manifestou o apoio de Barack Obama aos opositores e disse que, caso o governo ucraniano ofereça colaboração, eles devem aceitar essa oportunidade.

O anúncio do encontro causou irritação da Rússia, que já criticou outras vezes a interferência de americanos e europeus na crise política ucraniana. Em entrevista, o vice-primeiro-ministro, Dmitri Rogozin, afirmou que o encontro era um circo.

"E por que não convidaram o nazista [Oleg] Tiagnibok?", disse, em referência ao líder do partido nacionalista Svoboda, que é o mais radical das lideranças opositores. "A Casa Branca deveria ouvir e considerar sua opinião."

Ontem, a ONG Human Rights Watch informou que houve 60 agressões a jornalistas e médicos durante os confrontos entre manifestantes e a polícia, entre os dias 19 e 22 de janeiro.


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