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Irã investiga se sinais contra parabólicas provocam doenças

Governo suspeita que mecanismo usado para impedir transmissões possa levar a abortos e casos de câncer

Sistema é utilizado pelo regime islâmico para barrar o acesso da população a canais estrangeiros via satélite

SAMY ADGHIRNI DE TEERÃ

O Ministério da Saúde do Irã investiga a possibilidade de doenças e abortos espontâneos serem causados por sinais eletrônicos que o regime dissemina no ar para impedir a população de assistir a canais estrangeiros de TV por satélite.

O ministro da Saúde, Seyed Hassan Ghazizadeh Hashemi, disse que a decisão partiu do presidente Hasan Rowhani e que a investigação é conduzida há três meses com outros órgãos do governo.

"Estudos preliminares indicam que o embaçamento [dos sinais de satélite] não causa problemas para o indivíduo no plano físico, mas a investigação deve ser levada até o fim", afirmou o ministro na última terça-feira.

O Irã proíbe antenas parabólicas para impedir que a população tenha acesso a canais como BBC e HBO, cujo conteúdo é tido pelo regime como moralmente e politicamente impróprio.

Mas a proliferação de antenas compradas no mercado negro levou as autoridades a recorrerem a métodos mais sofisticados, como a instalação de equipamentos que emitem sinais, apelidados de "parasitas", para minar as transmissões por satélite.

Com isso, o usuário se depara com imagem fragmentada e ruídos sonoros.

Rumores sobre riscos potenciais à saúde ganharam força em 2012, quando um conhecido médico relacionou os sinais ao aumento dos abortos espontâneos.

Na semana passada, a vice-presidente do país para temas ambientais, Massoumeh Ebtekar, disse que os sinais podem causar câncer.

Mas preocupações de saúde podem não ser suficientes para os adversários ultraconservadores de Rowhani, que ocupam cargos não eletivos e são ideologicamente influentes no regime.

Facções formadas por clérigos, militares, políticos e juristas pressionam o presidente a manter o cerco contra ideias ocidentais.


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