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Ucrânia não investigará grampo aos EUA
Telefonema vazado revelou xingamento de diplomata americana à União Europeia, causando embaraço entre aliados
Em declarações sobre o episódio, os americanos acusaram Moscou pela divulgação do áudio por meio do site YouTube
O governo ucraniano disse ontem que não está investigando o vazamento de um telefonema entre dois diplomatas americanos que provocou uma saia justa entre EUA e União Europeia (UE).
No telefonema, uma voz identificada como sendo da subsecretária de Estado americana Victoria Nuland comemora o envolvimento da ONU na crise na Ucrânia e comenta ao embaixador americano em Kiev, Geoffrey Pyatt: "que se foda a UE".
O áudio, de quatro minutos, foi divulgado no YouTube na terça-feira (4) e recebeu uma versão legendada em russo. Os americanos acusaram a Rússia pelo vazamento, porém o Kremlin negou envolvimento.
Ontem, a chanceler alemã, Angela Merkel, que considerara o comentário "inaceitável", baixou o tom. Disse que EUA e UE têm o mesmo objetivo na Ucrânia, que seria a evolução pacífica da crise rumo a uma maior democracia.
Também ontem, o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, disse que as declarações precisam ser consideradas em contexto, mas que "continuam sendo inaceitáveis, da parte de um sócio".
Em grave crise financeira e pressionado por grandes protestos que já duram semanas, no centro de Kiev, o presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovych, foi se encontrar com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, em Sochi, anteontem, por ocasião da abertura da Olimpíada de Inverno.
O conteúdo do encontro não foi informado, mas, ainda ontem, o ministro das Finanças russo disse que Moscou pagará a segunda parcela do pacote de ajuda selado em dezembro, de R$ 35 bilhões, desde que Kiev pague uma dívida de janeiro, no valor de US$ 6,4 bilhões, referente ao fornecimento de gás.
SEQUESTRO DE AVIÃO
O ucraniano que tentou sequestrar um avião e desviá-lo para Sochi (Rússia), anteontem, queria pressionar pela soltura de manifestantes antigoverno em seu país.
De acordo com as autoridades turcas, Artem Hozlov, 45, agiu provavelmente sozinho e não possuía ligações com movimentos terroristas.