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Vizinhos ameaçam frear comércio com Suíça após consulta popular

Com 50,3% dos votos, país aprovou limites a imigrantes vindos de países da União Europeia

Consultoria afirma que 80 mil estrangeiros seriam demitidos; lei é novo avanço no limite à imigração na Europa

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A União Europeia ameaçou diminuir as relações comerciais com a Suíça após o país aprovar, em plebiscito, a adoção de cotas para imigrantes oriundos dos 28 países integrantes do bloco.

A restrição, aprovada anteontem com 50,3% dos votos, foi sugerida por um partido de extrema direita. A agremiação considera excessivo o número de estrangeiros, 23% da população. A Suíça não faz parte da UE.

As reações mais duras vieram dos vizinhos Alemanha, Itália e França, os três maiores integrantes da União Europeia. Para o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, a Suíça se prejudicou muito com a nova lei.

"A Suíça tem que perceber que picuinhas com a União Europeia não são uma estratégia de longo prazo."

Ontem, o chanceler francês, Laurent Fabius, considerou os limites preocupantes, assim como sua colega italiana, Emma Bonino. "É uma má notícia tanto para a Europa quanto para os suíços, que serão punidos [economicamente]", disse Fabius.

A União Europeia avalia as providências a serem tomadas após as restrições. Para diplomatas do bloco, a Suíça feriu o Acordo de Schengen, do qual é participante, que elimina o controle de imigração em 26 países europeus.

Os representantes consideram que, dessa forma, estariam rompidos os outros sete acordos assinados entre a Suíça e a UE, incluindo os comerciais.

EMPRESAS

A nova proposta de imigração, aprovada com 50,3% dos votos, também é motivo de preocupação das empresas instaladas na Suíça. Dentre elas, as farmacêuticas Roche e Novartis e a Nestlé.

Analistas dizem que o percentual de estrangeiros nessas companhias chega a até 25%. Segundo a consultoria Crédit Suisse, 80 mil estrangeiros seriam demitidos com as futuras leis, que privilegiarão o trabalhador nacional.

A iniciativa significa mais um avanço das restrições à imigração na Europa, que ganharam força devido à crise econômica e aos altos índices de desemprego.

Em janeiro, o Reino Unido reforçou o controle sobre imigrantes do leste europeu, depois do fim das restrições de trabalho aos cidadãos da Romênia e da Bulgária, que entraram na UE em 2007.

A medida foi tomada após pressão da extrema-direita, que está conquistando mais adeptos por defender limites à entrada de estrangeiros.


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