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Análise

Tom da reação do governo será crucial para as manifestações

JOHN PAUL RATHBONE DO "FINANCIAL TIMES"

Os protestos de rua que deixaram três mortos anteontem ocorreram após uma semana de manifestações dispersas pela Venezuela. No dia 6, quatro estudantes foram presos no Estado de Táchira; desde então, pequenos grupos se reúnem em cidades provinciais, coordenados pelas mídias sociais sob a hashtag #LaSalida (a saída).

Os protestos de anteontem em todo o país tiveram escala diferente --em Caracas, foram 20 mil participantes. Relatos sugerem que gangues de motoqueiros pró-governo atacaram os manifestantes.

De qualquer modo, foi a pior agitação desde que Nicolás Maduro venceu a eleição presidencial de 2013 por margem estreita após a morte de seu mentor, Hugo Chávez.

Maduro está em posição de desvantagem: a política econômica é incoerente, a inflação supera 50%, um em cada quatro produtos básicos está em falta e as reservas caem. Além disso, o governo está dividido. Controla, porém, o importantíssimo setor petrolífero, além das Forças Armadas e da grande imprensa.

A oposição também tem suas divisões. Alguns líderes defendem abertamente os protestos. Para outros, como Henrique Capriles, passeatas que descambam para a violência podem fazer o jogo do governo, que acusará os manifestantes de "sabotagem".

O desafio que movimento estudantil e oposição ainda enfrentam é encontrar modos de incluir as classes mais pobres, que, na maioria, apoiam o governo e dependem dele.

Mas, enquanto a economia continua a se deteriorar, há o risco de as manifestações virarem uma bola de neve. O modo como o governo vai reagir será crucial. Se reprimir demais, correrá o risco de ver atos ainda piores no futuro.

A oposição moderada, por sua vez, terá de se equilibrar na corda bamba, apoiando os sentimentos que alimentam a insatisfação crescente, mas desviando acusações de que ela quer desestabilizar o país.


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