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Republicanos suavizam oposição a Obama

De olho nas eleições legislativas de novembro, oposicionistas destravam votações de grandes projetos do governo

Para analistas, partido não quer correr o risco de que a pecha de 'obstrucionista' o prejudique no pleito

RAUL JUSTE LORES DE WASHINGTON

Nos últimos dois meses, a oposição republicana mudou a atitude dos últimos três anos e, quase em clima de paz e amor, aprovou os grandes projetos apresentados pelo governo americano no Congresso: o Orçamento até 2015, a permissão para aumentar o teto da dívida e a lei agrícola.

"O Partido Republicano se rendeu a Obama", manchetou o popular site "Politico", dizendo que a oposição, que controla a Câmara, permitiu ao presidente contrair mais dívida "sem levar nada em troca" --Obama não ofereceu cortes de gastos ou o fim de programas sociais, exigências anteriores dos republicanos.

O presidente da Câmara, o republicano John Boehner, tem brigado publicamente com a ala mais radical de seu partido, o movimento ultraconservador Tea Party, que o obrigava a não colocar esses projetos em pauta.

A mudança na atitude republicana acontece a meses das eleições legislativas de novembro, nas quais boa parte do Senado e a totalidade da Câmara podem ser trocadas.

Por três anos, desde que perdeu a maioria na Câmara, o presidente Barack Obama não conseguiu aprovar nenhum de seus projetos prioritários (reforma imigratória, controle da venda de armas, aumento do salário mínimo), nem sequer os Orçamentos.

Apesar da popularidade baixa do presidente (só 46% aprovam o seu trabalho), os republicanos sentem que não podem ficar com a pecha de partido obstrucionista.

Em outubro passado, o governo federal decretou um fechamento parcial de suas atividades, com a interrupção de serviços, pela negativa do Congresso em aprovar o Orçamento do novo ano fiscal. Para boa parte da opinião pública, a culpa é dos republicanos.

Segundo a CNN, 54% dos americanos acham ruim que os republicanos controlem a Câmara. Pesquisa do mês passado do "Washington Post" mostra que só 36% dos eleitores republicanos confiam nos congressistas do partido (entre os democratas, 55% aprovam seus representantes).

"A prioridade dos republicanos agora é obter maioria no Senado em novembro. Ser visto como o partido dos obstrucionistas não ajuda, e eles viram que o fechamento do governo foi longe demais", disse à Folha o comentarista conservador Jimmy LaSalvia.

A nova estratégia atingiu o senador texano Ted Cruz, herói do Tea Party, que foi "escanteado" pela liderança republicana. "Cruz tem muita influência, mas perdeu credibilidade junto à direção republicana. Sua atitude no fechamento do governo custou muito ao partido", diz LaSalvia.

Mas, mesmo que supostamente encurralada ou se "rendendo" a Obama, a oposição tem chance de obter bons resultados nas eleições, segundo analistas políticos.

Os democratas precisariam recuperar 17 cadeiras na Câmara para retomar o controle (o voto é distrital, e a população de vários desses distritos é de maioria conservadora). E há pelo menos cinco senadores do partido com reeleição "vulnerável", o que pode acabar com a maioria no Senado.

"Os republicanos devem focar mais na crítica ao Obamacare [plano de saúde universal do governo] do que forçar a paralisia do governo, bastante impopular com o eleitorado", diz Michael Barone, do centro de pesquisas American Enterprise Institute.


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