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Ucrânia tem dia mais violento desde início de protestos contra o governo

Ao menos 21 pessoas morreram e 150 ficaram feridas em confrontos que tomaram o centro da capital, Kiev

Embates começaram com a tentativa da polícia de desmanchar um acampamento de manifestantes

LEANDRO COLON DE LONDRES

A Ucrânia viveu ontem um dia de horror, com ao menos 21 mortos e 150 feridos em mais um confronto entre manifestantes e policiais nas ruas da capital, Kiev.

O cenário foi considerado o mais violento desde novembro, quando começaram os protestos contra o presidente Viktor Yanukovich por ele ter se recusado a assinar um acordo comercial com a União Europeia e, ao mesmo tempo, se aproximado do governo da Rússia.

Após dias de trégua entre opositores e aliados do presidente, inclusive com a anistia de 234 manifestantes, a praça da Independência, uma das principais da capital, voltou a virar um palco de guerra entre os dois lados.

O estopim, segundo as agências de notícias locais, foi o movimento da polícia para tentar desmontar um acampamento de manifestantes que permaneciam nos arredores da praça, em uma operação chamada de "antiterror" pelas autoridades. O confronto foi imediato.

Os relatos são de que, entre os 21 mortos, sete são policiais e o restante opositores do governo de Yanukovich, que reagiram com pedras e coquetéis molotov aos ataques das forças do governo.

Dos mais de 150 feridos, cerca de 50 são da polícia. Já se compara o saldo sangrento de ontem ao cenário de 1991, quando a Ucrânia ficou independente da União Soviética.

Na noite de ontem, redes de TV mostravam um edifício usado como quartel-general da oposição em chamas.

Também prédios de sedes provinciais do oeste do país --região mais alinhada à integração com a Europa-- foram ocupados por manifestantes. As principais cidades atacadas foram Ivano-Frankivsk e Lviv. Em Ternopil, uma delegacia de polícia foi invadida.

O confronto ocorreu no dia em que o Parlamento ucraniano discutiria uma reforma constitucional que limita os poderes do presidente. Aliados do governo, entretanto, conseguiram barrar o andamento da proposta, o que só aumentou a crise.

Um dos líderes da oposição, o ex-campeão de boxe Vitali Klitschko apelou para que mulheres e crianças deixassem o centro de Kiev em meio à violência.

Após reunião com o presidente, Klitschko disse que Yanukovich se recusou a deter a ação da polícia, alegando que a única solução para a crise era o esvaziamento da praça da Independência.

Um dos líderes opositores, Arseni Yatseniuk fez um apelo ao presidente ucraniano: "Não deixe a Ucrânia ser coberta por sangue. Recue a polícia, anuncie um cessar-fogo e então negociaremos".

Por outro lado, autoridades locais culpam os manifestantes pelo confronto.

O impasse só aumenta porque a oposição tem dito que não deixa as ruas sem a renúncia de Yanukovich, que, por sua vez, resiste.

A União Europeia reagiu ao banho de sangue de ontem. Segundo Stefan Fule, comissário europeu para ampliação do bloco, a Ucrânia havia garantido que faria o possível para "baixar" as armas.

Já o governo russo de Vladimir Putin tem se colocado ao lado de Yanukovich ao responsabilizar as forças ocidentais pelo acirramento do conflito em Kiev.

O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, afirmou que os EUA estão preocupados com a situação e que a "força não vai resolver a crise".


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