Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mundo

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Venezuela adia decisão sobre opositor preso

Audiência de processo contra Leopoldo López é transferida de tribunal em Caracas para prisão militar onde ele estava

Juíza alega insegurança para ouvir López, apesar de forte policiamento; 'assim funcionam as ditaduras', diz opositor

SYLVIA COLOMBO ENVIADA ESPECIAL A CARACAS

Uma multidão de manifestantes contra o governo de Nicolás Maduro se aglomerou ontem em frente ao Palácio de Justiça da Venezuela, em Caracas, para saber qual seria a decisão sobre o líder opositor Leopoldo López, preso anteontem.

E houve nova indignação com a notícia de que a audiência de López foi transferida para a prisão militar de Ramo Verde, em Los Teques, para onde ele havia sido levado depois de comandar um ato contra Maduro.

López responderá a nove acusações sobre sua participação nas convocatórias dos protestos, que já deixaram cinco mortos. Entre elas, "homicídio intencional qualificado", "terrorismo", "incêndio de edifício público" e "delitos de intimidação". Não se sabe, porém, a fundamentação para cada acusação.

Ele foi considerado foragido da Justiça até anteontem, quando se entregou. Ontem, foi divulgado um vídeo que López gravou antes de ser preso, no qual afirmava que estava sendo processado "injustamente, por sonhar com uma Venezuela melhor".

Sua detenção, afirmou, "é um abuso a mais do governo, cheio de mentiras, de falsidades, de torcer os fatos e de buscar manipular a realidade que estamos vivendo".

Até a conclusão desta edição, não estava claro se ele seria ouvido ainda ontem.

A decisão foi tomada pela juíza Ralenis Tovar Guillén, que afirmou não haver segurança suficiente para realizar a audiência no local. Guillén deveria definir se López continuaria preso ou aguardaria sentença em liberdade.

Um dos advogados de López, Bernardo Pullido, criticou o argumento da juíza. "Nunca vimos o Palácio da Justiça tão protegido."

No Twitter, López disse que a audiência na prisão é "por medo e ilegalidade, não por segurança". "Assim funcionam as ditaduras", escreveu.

O governo teria decidido levar à prisão um ônibus que funciona como tribunal itinerante para nele realizar a audiência --assim, em tese, cumpriria uma decisão da Justiça que proíbe audiências dentro de penitenciárias.

Desde as primeiras horas da manhã, o Palácio de Justiça esteve cercado por forças da Guarda Nacional. Foi possível observar a chegada de vários veículos trazendo mais e mais oficiais para controlar os acessos do prédio.

Houve tensão entre estudantes que compareceram para apoiar López e os chamados "coletivos" (grupos civis armados que apoiam Maduro). Outros simpatizantes do governo permaneceram em uma praça próxima.

"Aqui vai acontecer algo logo, você duvida? E veja quem está armado, a polícia e os coletivos. Nós não", disse o estudante Gustavo Peña.

A coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) convocou para o próximo sábado uma marcha para cobrar o desarmamento dos coletivos, acusados de estarem por trás de ao menos quatro das cinco mortes ocorridas até agora, incluindo a da miss Génesis Carmona (leia na próxima página).

A família de López permaneceu desde o começo do dia no local. Sua mulher, Lilian Tintori, disse aos jornalistas que a mudança de local era "altamente irregular".

NOVA ORDEM DE PRISÃO

A MUD disse ontem que foi emitida ordem de prisão contra Carlos Vecchio, coordenador do partido Vontade Popular, ao qual pertence López. Até ontem, o governo não havia se manifestado.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página