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Miss venezuelana morre depois de ser baleada em protesto

Modelo e estudante Génesis Carmona, 22, levou um tiro na cabeça em ato realizado anteontem no norte do país

Governador chavista fizera apelo a milícias antes da morte da miss, a 5ª registrada desde a semana passada no país

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A modelo e miss Génesis Carmona, 22, é a quinta pessoa morta desde a quarta passada nos protestos contra o governo do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. Ela levou um tiro na cabeça durante manifestação anteontem na cidade de Valencia, localizada no norte do país.

Miss Turismo 2013 do Estado de Carabobo --onde fica Valencia--, Carmona participava de um protesto da oposição quando foi atingida por bandos em motocicletas que dispararam e atiraram garrafas contra os manifestantes, diz o jornal "El Universal".

Levada para a UTI de um hospital da cidade, a modelo não resistiu e morreu ontem.

"Por quanto tempo mais vamos viver assim? Por quanto tempo teremos de aguentar essa pressão, com eles nos matando?", disse um parente de Carmona, que pediu anonimato, em entrevista à agência de notícias Reuters.

"Faltava só um semestre para ela se formar", completou o parente. Além de trabalhar como modelo, Carmona estava no 11º semestre do curso de ciências sociais na Unitec (Universidade Tecnológica do Centro de Valencia).

Autoridades locais afirmaram estar investigando o assassinato da miss. Pelo menos outras sete pessoas ficaram feridas no tumulto durante a manifestação na cidade.

Antes do ato em Valencia, o governador de Carabobo, o chavista Francisco Ameliach, havia feito um apelo para que as milícias governistas conhecidas como Unidades de Batalha Bolívar-Chávez preparassem um "contra-ataque" aos "manifestantes fascistas".

Ameliach disse ainda que a ordem para o "contra-ataque" seria dada por Diosdado Cabello --presidente do Legislativo e um dos principais nomes do chavismo-- e acusou o secretário da Universidade de Carabobo, Pablo Aure, de "dirigir o ataque" contra as Forças Armadas do país.

Em seu blog, Aure rebateu a acusação e atribuiu ao governador a culpa pela morte de Carmona. "Ele acionou seus mercenários e ordenou que disparassem contra pessoas inocentes que apenas reivindicavam seus direitos."

Além da morte da miss, foram confirmadas desde a quarta passada outras quatro ligadas aos protestos --três em Caracas e uma na cidade litorânea de Carúpano, onde um estudante de 17 anos morreu depois de ser atropelado por um carro num protesto.

MORTE EM ASSALTO

Os concursos de miss são especialmente populares na Venezuela, país que conseguiu vencer metade das disputas pelo título de Miss Universo nos últimos seis anos.

No início de janeiro, o assassinato da atriz Mónica Spear, Miss Venezuela 2004, em um assalto causou comoção no país e fez Maduro convocar reunião com prefeitos e governadores para discutir um plano contra a violência.

Spear, 29, e seu ex-marido foram mortos na estrada que liga Puerto Cabello a Valencia. O crime chamou a atenção para os índices de homicídio na Venezuela, que estão entre os mais altos do mundo (39 por 100 mil habitantes, segundo o próprio governo).


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