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Pressionado, líder ucraniano acerta trégua com oposição

União Europeia pode adotar sanções após a morte de 26 pessoas em confronto; Estados Unidos restringem vistos

Viktor Yanukovich anunciou operação 'antiterrorista' e substituiu chefe das Forças Armadas

LEANDRO COLON DE LONDRES

Sob ameaça do bloco europeu e dos Estados Unidos, o presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovich, anunciou na noite de ontem um acordo de "trégua" com líderes da oposição. A decisão foi tomada um dia depois da batalha que levou à morte de ao menos 26 pessoas nas ruas de Kiev.

Em declaração em seu site oficial, o presidente informou, além da trégua, o "início de negociações com o objetivo de cessar o derramamento de sangue e estabilizar a situação no país em busca da paz civil".

O acordo foi firmado durante encontro com os principais líderes de oposição, entre eles o ex-campeão de boxe Vitali Klitschko.

Pouco antes, a União Europeia e os EUA cobraram do governo da Ucrânia o fim da repressão aos protestos, num claro recado de ameaça ao presidente Yanukovich.

Uma reunião de emergência foi convocada pelos membros da UE para as 14h de hoje em Bruxelas, onde eles irão discutir a possibilidade de serem aplicadas sanções ao país, como restrições financeiras e de vistos a funcionários do governo.

Os ministros das Relações Exteriores da França e da Alemanha viajarão hoje para Kiev para avaliar a situação no país. Já os EUA teriam suspendido a emissão de vistos para o país a cerca de 20 autoridades ucranianas envolvidas na repressão aos manifestantes, segundo as agências de notícias, citando uma fonte anônima.

O presidente dos EUA, Barack Obama, afirmou que haverá "consequências" a quem ultrapassar o limite. Para ele, o governo ucraniano é o "principal responsável" por lidar com as manifestações.

Os discursos da UE e dos americanos têm também um caráter político no xadrez internacional: posicionarem-se contra o principal aliado do presidente Viktor Yanukovich nesta crise, o presidente da Rússia, Vladimir Putin.

O estopim dos protestos ocorreu em novembro passado, quando o chefe ucraniano, pressionado pelos russos, recusou-se a assinar um acordo comercial com a UE.

A oposição aposta na aproximação com o bloco europeu para tirar a Ucrânia da crise econômica que assola o país, enquanto os aliados do governo alegam que o país depende economicamente da Rússia por causa dos contratos de fornecimento de energia.

O governo russo tem acusado forças ocidentais de estimularem os protestos para tentar derrubar o atual governo. Putin chegou a anunciar recentemente uma ajuda financeira ao país.

Yanukovich afirmou que os adversários querem dar um golpe em busca do poder pela força, e não por meio de eleições. Ele anunciou uma "operação antiterrorista" para prender radicais e substituiu o chefe das Forças Armadas do país.

As cenas de violência de anteontem, com 26 mortos e 600 feridos, ocorreram depois de um clima que era até de negociação.

Mas a disputa no Parlamento para reduzir poderes presidenciais e a tentativa da polícia de desmontar um acampamento de manifestantes transformaram as ruas numa praça de guerra.

O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, repudiou a violência. "Não há circunstância que legitime ou justifique essas cenas", disse.


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