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Repressão a ato antigoverno em bairro nobre causa pânico

DA ENVIADA A CARACAS

Cheiro de gás, lixo queimado espalhado pelas vias e motos abandonadas eram o cenário nas primeiras horas da manhã de ontem em Altamira, na área urbana de Caracas que integra o município de Chacao, foco dos antichavistas e bastião do líder opositor Leopoldo López. Comerciantes abriam devagar suas portas após o confronto entre manifestantes e policiais.

Na praça Francia, jovens conversavam nervosamente e se aproximavam dos jornalistas para contar o horror que tinham vivido na noite anterior: a repressão violenta a uma manifestação contra Nicolás Maduro que havia tomado as ruas de Altamira, que conta com hotéis, restaurantes e praças arborizadas.

Os estudantes bloquearam ruas com lixo e colocaram fogo, impedindo o trânsito local e causando um enorme desvio das rotas. O trânsito na região ficou todo travado.

Primeiro, apareceram a Guarda Civil e a Polícia Nacional. Houve tiros de bala de borracha e bombas de gás lacrimogêneo. Sem saber a quem recorrer, o prefeito de Chacao, o opositor Ramón Muchacho, tuitava cada passo da ação dos oficiais.

Intimidados, muitos jovens entraram nos prédios e foram abrigados por vizinhos. Segundo a Prefeitura de Chacao, cerca de 300 pessoas ficaram trancadas dentro de apartamentos particulares por mais de duas horas.

"Enquanto isso, eles atiravam do lado de fora contra os prédios", conta o aposentado Emilio Illia.

Moradores começaram a fazer imagens das ruas, uma vez que os canais de televisão governistas não mostravam o que estava acontecendo. Os vídeos começaram a infestar o Twitter com imagens praticamente ao vivo da praça.

Por volta das 21h, grupos de motocicletas entraram no bairro, em alta velocidade, numa tentativa de dispersar o protesto.

Houve gritos, correria e pessoas atingidas caíram ao chão. Segundo a prefeitura, 15 pessoas foram atendidas no hospital local. Entre os feridos, o de estado mais grave é Carlos Tejeda, 22, atingido no olho.

Moradores que não quiseram se identificar afirmam que se tratava dos Tupamaros, um dos "coletivos", milícias civis chavistas.

NOVOS PROTESTOS

Durante o dia de ontem, os manifestantes voltaram a bloquear vias.

No início da noite, a mesma praça Francia recebeu mais uma vez uma concentração de manifestantes, aumentando o risco de um novo embate.

Soldados da Guarda Nacional retiraram barricadas montadas por estudantes na avenida Francisco de Miranda, uma das principais de Altamira. (SC)


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