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Obama encontra dalai-lama; China critica

Para Pequim, reunião entre líderes causará 'graves danos ao relacionamento entre a China e os Estados Unidos'

Casa Branca afirma que encontro aconteceu devido à condição de líder espiritual e religioso do dalai-lama

JONATHAN KAIMAN DO "GUARDIAN"

O presidente dos EUA, Barack Obama, recebeu ontem, na Casa Branca, o dalai-lama, apesar das objeções do governo chinês, que alertou que o encontro causaria graves danos ao relacionamento entre a China e os Estados Unidos.

O líder espiritual tibetano está nos Estados Unidos para uma série de palestras.

A Casa Branca só anunciou a realização do encontro na noite da quinta-feira, provocando uma queixa áspera de Pequim.

Essas queixas da China se tornaram uma espécie de ritual diplomático sempre que Obama se encontra com o monge budista exilado.

Os dois líderes, ambos ganhadores do Prêmio Nobel da Paz, conversaram durante cerca de uma hora na sala de mapas da Casa Branca, um aposento menos prestigioso que o Salão Oval, onde o presidente norte-americano tradicionalmente recebe os chefes de Estado.

Jornalistas não puderam acompanhar o encontro.

PALANQUE

A China acusou Obama de permitir que o dalai-lama use a Casa Branca como palanque para promover atividades antichinesas.

Hua Chunying, porta-voz do Ministério do Exterior chinês, disse, antes da reunião, que ela representava "uma interferência crassa na política interna da China" e "uma severa violação dos princípios das relações internacionais. Causará graves danos ao relacionamento entre a China e os Estados Unidos".

A China, que rotineiramente reage a encontros entre líderes estrangeiros e o dalai-lama com represálias diplomáticas e sanções, informou ter expressado formalmente suas preocupações em relação aos EUA. O país instou Washington a tratar seriamente suas preocupações.

A China se opõe seriamente à busca de maior autonomia para o Tibete pelo dalai-lama e encara com desconfiança os esforços de Obama para ampliar a influência dos Estados Unidos na região.

Os chineses responderam com igual aspereza às reuniões entre Obama e o líder budista em 2010 e em 2011, mas não adotaram represálias concretas que pudessem prejudicar o relacionamento entre os dois países.

Porém, a China suspendeu o relacionamento diplomático de alto nível com o Reino Unido por quase um ano após um encontro entre o premiê David Cameron e o dalai-lama em 2012.

As relações só foram retomadas depois que o líder britânico declarou que não tinha planos para se encontrar de novo com o líder espiritual no futuro próximo.

LÍDER CULTURAL

Os Estados Unidos não responderam de imediato à mais recente reprovação chinesa. Porém, ao anunciar a reunião, a Casa Branca declarou que Barack Obama estava se reunindo com o dalai-lama em sua condição de líder cultural e religioso.

Indicando que a reação chinesa já era esperada, as autoridades norte-americanas reiteraram que reconheciam o Tibete como parte da China e não apoiavam a independência tibetana.

Pelo menos 120 pessoas no Tibete e nas áreas tibetanas da província chinesa de Sichuan, vizinha à região, se imolaram desde 2009 como forma de protesto contra o domínio chinês.


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