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Sem segurança, Kiev é ocupada por milícias

Na ausência de forças do governo, organizações atuam em protestos e até regulam entrada em prédios oficiais

Voluntários têm por missão 'manter a calma' na capital e não são remunerados, afirma grupo

DO ENVIADO A KIEV

O espaço vazio deixado pelo recuo das forças de segurança, que abandonaram suas posições no centro de Kiev, foi rapidamente ocupado por milícias e organizações independentes. A cidade está organizada em torno de difusos centros de poder.

Uma dessas facções é a Samooborona, conhecida como "Forças de Auto-Defesa". Seus membros, de máscaras, com bastões e escudos, regulavam ontem o acesso ao escritório do presidente Viktor Yanukovich, deposto ontem.

Jovens se alistam para a milícia em um escritório próximo da praça da Independência. A reportagem da Folha conversou, ali, com um dos milicianos responsáveis pela segurança dessa construção --o ex-piloto de helicópteros Vlodymyr Tiunov.

"Quando as forças de segurança começaram a atirar nas pessoas, retirei os jovens e idosos da praça", afirma.

De acordo com Tiunov, as Forças de Auto-Defesa são constituídas por voluntários não remunerados e têm por missão "manter a calma em Kiev, já que nossa Polícia não está em lugar nenhum".

Membros do grupo ouvidos pela reportagem se recusaram a dizer quem lhes lidera. Alguns falaram em um comandante chamado "Vladimir", mas não estava claro se esse era seu nome real.

Tiunov diz que são oficialmente mais de 6.000 membros, excluindo aqueles que não se filiaram oficialmente.

É o caso de Bogdan, 22, que foi do oeste do país para Kiev para defender as manifestações na praça da Independência. Ele trouxe bastões e capacetes de casa.

"Deixei meu nome em uma das barracas. Se eu não voltar para dormir, vão me telefonar para saber se estou bem", afirma Bogdan.

Em um prédio comercial ocupado nas imediações da praça, o grupo nacionalista "Setor de Direita" organiza também sua própria milícia.

Quando a Folha esteve em suas portas, testemunhou o treinamento de milicianos. A liderança preferiu não ser entrevistada e instruiu todos os seus membros a não conversarem com a imprensa.


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