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Soldados russos dão boas-vindas na Crimeia

LEANDRO COLON ENVIADO ESPECIAL À CRIMEIA

Na chegada ao aeroporto de Simferopol, capital da Crimeia, logo me dei conta do que realmente está acontecendo nessa região autônoma do país.

Talvez seja o único lugar do mundo em que você aterrissa em solo "estrangeiro" dentro de um voo doméstico.

Pelo menos é essa a primeira sensação de quem chega à capital da península sob disputa de russos e ucranianos.

Deixei Kiev, capital da Ucrânia, pelo terminal doméstico do aeroporto Borispol; afinal, o destino era uma cidade oficialmente pertencente à Ucrânia.

Voo rápido, cerca de 1h20, da Ukraine Airlines. Desembarquei em Simferopol por volta das 21h (16h no Brasil).

Logo de cara, me deparei com soldados russos encapuzados no saguão do aeroporto. Do lado de fora, outros três, sem identificação. "São os russos", disse-me o taxista.

Desde semana passada, eles tomaram conta do local e de outros pontos da Crimeia. E o mais impressionante: tudo num clima absolutamente de paz.

Pedi autorização para tirar uma foto, o soldado não deixou --talvez porque um estivesse com o rosto mais à mostra.

É mais ou menos isso: a Crimeia é uma terra oficialmente ucraniana, mas está se tornando de domínio russo --sem sequer um tiro disparado pelas tropas de Moscou.

Isso talvez explique a tranquilidade das famílias, muitas com crianças, que dividiram com jornalistas locais e internacionais as poltronas do voo 0061, de Kiev para Simferopol, na noite de ontem.

E tudo isso em meio aos rumores de um ultimato que a Rússia teria dado aos ucranianos para se renderem na Crimeia, em troca de não sofrerem um ataque militar.

Já em Kiev, pouco mais de uma semana após a queda do presidente Viktor Yanukovich, centenas de ucranianos permanecem na Praça da Independência, palco dos recentes protestos, mas agora com outro inimigo número um: o presidente da Rússia, Vladimir Putin.

Os manifestantes acompanham à distância a crise na Crimeia.

Ninguém admite publicamente, mas o discurso anti-Rússia em Kiev se mistura também a um temor diante de um inimigo bem mais poderoso do ponto de vista militar.


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