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Aumenta rejeição a governo de Cristina
Pesquisa divulgada pelo jornal "Clarín" mostra que 67,5% dos argentinos desaprovam a gestão da presidente
Em março de 2012, esse número era de 41,9%; turbulências políticas e econômicas afetaram a Argentina desde então
A desaprovação ao governo de Cristina Kirchner aumentou 25,6% em dois anos. Pesquisa divulgada ontem pelo jornal "Clarín" mostra que 67,5% dos argentinos não estão contentes com a gestão da presidente --em março de 2012, eram 41,9%.
A aprovação ao governo, que era de 44,9% há dois anos, agora está em 25%.
Em outubro, logo após Cristina ter sido diagnosticada com um coágulo no cérebro e passado por uma cirurgia, esse número era de 44,4%, contra 46,5% de reprovação.
Nos cinco meses que se seguiram desde então, o governo argentino enfrentou diversas turbulências.
Entre elas, a derrota nas eleições legislativas, a aceleração da inflação, uma violenta onda de saques em quase todas as províncias do país por causa de greves policiais, cortes de luz pela alta demanda provocada pelo calor e a maior desvalorização do peso frente ao dólar nos últimos 12 anos, em janeiro.
Somado a isso, Cristina continua enfrentando problemas com seu vice, Amado Boudou, que está sendo acusado na Justiça de corrupção e enriquecimento ilícito.
A pesquisa feita com 1.600 pessoas também mostra o pessimismo do argentino com o momento econômico pelo qual o país passa. Questionados sobre como estará sua situação econômica nos próximos meses, 55,8% acreditam que pior, contra 12,6% que são otimistas.
A inflação também preocupa. Entre os problemas que os entrevistados mais temem, ela ganhou a vice-liderança (69,9%). A insegurança é a campeã, com 82,4%, e o desemprego, o terceiro colocado (50,5%).
HERDEIRO KIRCHNER
O filho de Cristina e Néstor Kirchner, Máximo, que normalmente recusa entrevistas, abriu uma exceção.
Líder da La Cámpora, Máximo aceitou falar com a jornalista Sandra Russo para o livro que ela lança nesta semana sobre a organização juvenil kirchnerista da qual ele é líder.
Na conversa, publicada ontem no jornal "Página 12", ele diz que existe um interesse de que o mandato de sua mãe seja um "fracasso".
"Os poderes de sempre têm a necessidade, para levar adiante as políticas econômicas que lhes interessam, de que este projeto político termine mal. Se você repassar a história Argentina, a esses interesses a violência sempre serviu para confundir e tentar se impor", afirmou.
Ele também criticou a oposição. "Além dos problemas genuínos que temos --e não negamos--, eles necessitam desesperadamente do fracasso [do governo Kirchner], transformado esse fracasso em algo de todos", disse.
"Querem que Cristina termine mal e não têm nada melhor para oferecer."