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Israel diz ter apreendido mísseis do Irã rumo a Gaza

Carga síria teria deixado porto iraniano em navio de bandeira panamenha

Premiê israelense deve usar caso para reforçar que aproximação dos EUA com Teerã é um risco para a região

DIOGO BERCITO DE JERUSALÉM

As Forças de Defesa de Israel disseram ontem ter interceptado um carregamento de mísseis que saiu do Irã rumo à faixa de Gaza, para suposto uso contra civis.

O anúncio deve servir, nas próximas semanas, de munição retórica ao premiê israelense, Binyamin Netanyahu, que tem se oposto à recente aproximação entre EUA e Irã sob o argumento de que o regime iraniano não é confiável. O caso também dá força ao discurso de que o movimento radical islâmico Hamas, que domina Gaza, prepara ataques contra a população israelense.

A interceptação ocorreu após autorização do governo israelense e foi realizada, de acordo com as Forças de Defesa, segundo as leis internacionais. Até a conclusão desta edição, o Irã não havia se manifestado.

O carregamento foi interceptado no mar Vermelho dentro da embarcação KLOS-C, com bandeira do Panamá. Foram encontradas dezenas de mísseis fabricados na Síria com um alcance de cerca de 200 km. A tripulação não teria oferecido resistência.

Um arsenal semelhante fora disparado contra Israel a partir do Líbano durante a guerra de 2006, de acordo com as Forças de Defesa.

A descoberta foi amplamente divulgada, durante o dia, com fotografias dos mísseis e um vídeo explicativo com o caminho do carregamento, desde sua produção na Síria até o disfarce no trajeto via Sudão. O armamento estava camuflado entre outros bens, segundo Israel.

"A descoberta significa que o Irã treina e financia organizações terroristas na região, o que nos preocupa, já que ameaça milhões de civis", disse à Folha Peter Lerner, porta-voz das Forças de Defesa de Israel. "Tudo sobre o carregamento é iraniano".

A interceptação foi realizada após trabalho de inteligência israelense. Entre os sinais seguidos por Israel está o fato de que o navio, teoricamente saindo do Irã e destinado ao Sudão, desviou seu caminho até um porto iraquiano, onde supostamente teve os mísseis escondidos por sacos de concreto.

Netanyahu, durante visita aos EUA, foi informado do achado. "Enquanto o Irã conversa com as potências internacionais, está também enviando armamentos letais para organizações terroristas por meio de uma rede elaborada de operações", afirmou.

Acredita-se que, após serem desembarcados no Sudão, os mísseis seriam enviados a Gaza via deserto do Sinai --onde, porém, o Egito tem mantido rígido controle da passagem de bens.

A organização palestina Hamas afirma que a acusação israelense é uma "piada tola", com o objetivo de estender o cerco à faixa.

O navio interceptado deve ser redirecionado ao porto israelense de Eilat, aonde deve chegar após três dias. Segundo o porta-voz Lerner, os armamentos devem ser expostos e, então, destruídos.

Operações militares semelhantes já haviam descoberto carregamentos iranianos no passado, como no navio Victoria, em 2011, e no Francop, em 2009.

Em 2003, as Forças de Defesa de Israel afirmaram ter encontrado 50 toneladas de armas, incluindo mísseis, também rumo a Gaza.


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