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Rússia usa gás para pressionar a Ucrânia

Moscou ameaça cortar combustível enquanto apoia referendo em região ucraniana e rejeita planos do Ocidente

Proposta de diálogo é 'digna de riso', afirma porta-voz russo; cresce contingente militar de Moscou na Crimeia

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A Rússia voltou a apertar ontem o cerco sobre a Ucrânia, ao ameaçar cortar o fornecimento de gás aos vizinhos e sinalizar apoio ao referendo sobre a anexação da Crimeia à Federação Russa, no próximo dia 16.

A consulta, aprovada pelo Parlamento da Crimeia anteontem, recebeu o apoio do legislativo russo. O respaldo foi comemorado por cerca de 60 mil russos que faziam um ato a favor da Crimeia na praça Vermelha, em Moscou.

Horas depois, o presidente Vladimir Putin afirmou em comunicado que não poderia ignorar "um pedido de ajuda" vindo da Crimeia. O apoio russo acontece mesmo com as sanções dos Estados Unidos e da União Europeia aos russos.

A consulta é rejeitada pelo governo interino da Ucrânia e por nações ocidentais, que não desejam a divisão do país. Na véspera, o presidente americano, Barack Obama, havia dito que o referendo violava o direito internacional.

Para o premiê ucraniano Arseni Yatseniuk, "nenhum país civilizado reconhecerá os resultados" da consulta.

O Ocidente defende o diálogo entre a maioria russa do leste e o governo, do oeste. O porta-voz do governo russo, Dmitri Peskov, considera a proposta "digna de riso".

Para ele, a credibilidade do Ocidente acabou após o fracasso do acordo de transição assinado um dia antes da queda do presidente Viktor Yanukovich, em fevereiro.

O apoio político é feito enquanto militares russos sem identificação ocupam áreas da Crimeia. A Ucrânia diz que 30 mil soldados estão na região, enquanto o Pentágono fala em 20 mil.

Ontem, testemunhas afirmaram que os russos atacaram uma base ucraniana na Crimeia e ainda impediram o acesso da missão da Organização para a Segurança e Cooperação da Europa.

Ainda ontem, a Rússia aumentou a pressão econômica sobre a Ucrânia ao ameaçar cortar o fornecimento de gás natural porque o país vizinho não pagou uma dívida de US$ 1,89 bilhão (R$ 4,4 bilhões) com a russa Gazprom.

"Ou a Ucrânia salda a dívida, ou há o risco de voltar à situação do início de 2009", disse o presidente da empresa, Alexei Miller, em referência à crise que deixou a Europa com racionamento de gás por 20 dias no inverno.

Desta vez, porém, Alemanha e Hungria podem suprir o país em caso de corte no fornecimento pelos russos.

A União Europeia e os EUA sugeriram ações para reduzir a dependência do gás russo, como parte da ajuda à Ucrânia. O país ainda recebeu a visita de membros do FMI (Fundo Monetário Internacional).

Ontem, a chanceler alemã, Angela Merkel, esteve com dois presidenciáveis ucranianos, a ex-premiê Yulia Timoshenko e o ex-campeão de boxe Vitali Klitschko.


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