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Otan envia aviões para monitorar Crimeia

Decisão da aliança militar ocidental é vista como uma reação à interferência dos russos em província ucraniana

Referendo no domingo deverá decidir se a região será anexada à Rússia, mas Ocidente não reconhece consulta

LEANDRO COLON DE LONDRES

A tensão entre Ucrânia e Rússia levou a Otan (aliança militar ocidental) a anunciar ontem o envio de aviões de reconhecimento para a Polônia e a Romênia, com o objetivo de monitorar a situação na península da Crimeia, pivô da crise.

A decisão foi tomada após a reunião de embaixadores dos países-membros do órgão. O movimento, por enquanto, tem muito mais um efeito político do que prático.

É mais um recado das potências ocidentais para tentar barrar o avanço russo na região, a poucos dias do referendo de domingo marcado pelo Parlamento da Crimeia para a população decidir se quer ou não se anexar à Federação Russa.

Pesquisa divulgada pela CNN diz que 59% dos americanos apoiam as sanções econômicas à Rússia anunciadas pelo presidente Barack Obama, embora a maioria seja contra qualquer tipo de ação militar na região.

As novas autoridades interinas da Ucrânia solicitaram formalmente uma ajuda financeira ao Banco Mundial, que poderia ser de até US$ 3 bilhões, informou ontem o organismo, que se disse disposto a conceder o empréstimo.

Ontem, o Ministério de Defesa ucraniano denunciou que tropas russas armadas tomaram uma base militar na cidade de Bakhchisaray, na Crimeia. O mesmo ocorreu, segundo informações locais, na cidade de Saki.

O governo russo tem negado que essas tropas estejam sob as ordens de Moscou. Se confirmasse, admitiria a invasão do território de um país vizinho. Acusado de querer anexar a península, o presidente russo, Vladimir Putin, afirma que são forças locais, de autodefesa.

O que tem ocorrido, sobretudo na capital, Simferopol, é uma mistura entre soldados russos, não identificados e bem armados, com milícias locais, de roupas camufladas.

Eles têm atuado para barrar a chegada de quem eles consideram "extremistas" de Kiev, os apoiadores do novo governo ucraniano.

A Folha recebeu relatos de que forças a favor da Ucrânia estariam tentando criar maneiras de diminuir o quorum de votantes no referendo do domingo, considerado ilegal pelas potências ocidentais.

A Crimeia foi anexada à Ucrânia em 1954 durante a formação da União Soviética. Em 1991, na independência ucraniana, passou a ser uma república autônoma ligada a Kiev. Entretanto, ao menos 60% da população é de origem russa.

Após a queda do presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovich, o grupo pró-Rússia tomou o poder na Crimeia e aprovou a união a Moscou, chamando o referendo.


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