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PIB baixo e inflação são desafios de Bachelet

Médica de 62 anos reassume hoje Presidência do Chile após quatro anos de governo do direitista Sebastián Piñera

Segundo conselheiro da nova presidente, governo que assume irá estreitar a relação do país com o Brasil

MÔNICA BERGAMO ENVIADA ESPECIAL A SANTIAGO

A médica Michelle Bachelet, 62, assume hoje a Presidência do Chile com uma série de desafios e dificuldades, alguns bem parecidos com aqueles que Dilma Rousseff enfrenta no Brasil.

De volta ao poder depois de quatro anos sem mandato --ela presidiu o país de 2006 a 2010 e deixou o governo com índices recordes de popularidade--, Bachelet encontrará um país com a economia desacelerando, a inflação subindo e as demandas por melhores serviços públicos na ordem do dia, colocadas na agenda por manifestações estudantis que pararam o país em 2011 e 2012.

Segundo o índice Imacec, que acompanha 90% da economia chilena, o país cresceu 1,4% em janeiro, em relação ao mesmo mês de 2013.

Foi o crescimento mais baixo desde março de 2010, época em que o país se recuperava do terremoto que matou centenas de pessoas em fevereiro daquele ano. Para se ter uma ideia, em março de 2011, o país cresceu 13,6%. No ano passado, teve um pico de crescimento de 6,4% em janeiro.

A baixa performance da economia no começo do ano é creditada a uma greve portuária, mas também à desaceleração econômica de países que importam produtos do Chile, como a China.

A inflação também é uma ameaça. Chegou a 0,5% em fevereiro, a maior alta para o mês desde 2003.

É neste ambiente de incertezas que Bachelet terá que cumprir seus principais compromissos de campanha, entre eles uma reforma que prevê educação gratuita para todos, num país em que as universidades, inclusive as públicas, são pagas.

Para cumprir essas e outras promessas, a nova presidente do Chile se comprometeu a fazer também uma reforma tributária que prevê aumento de impostos, justamente num momento em que as empresas reclamam da desaceleração econômica.

Bachelet propôs ainda uma reforma constitucional.

Da mesma forma que acontece com Dilma, a presidente chilena tem também o desafio de coordenar a sua base politica, uma ampla coalizão que juntou sete partidos, incluindo de democratas-cristãos aos comunistas.

As divergências entre as forças são inúmeras. No caso das turbulências na Venezuela, por exemplo, os democratas-cristãos aprovaram no Senado uma moção que condenou a violação dos direitos humanos naquele país. Os comunistas saíram em defesa do governo chavista.

Nem bem nomeou ministros e assessores de primeiro escalão, Bachelet viu quatro deles caírem sem nem mesmo assumir seus cargos, sob acusações das mais diversas, alguns deles vítimas de fogo amigo.

BRASIL

A relação com o Brasil, no governo Bachelet, deve se estreitar. A Folha conversou com um dos principais conselheiros da presidente chilena para assuntos internacionais. Segundo ele, o governo de Sebastián Piñera, antecessor da presidente, priorizou alianças de caráter apenas comercial, como a Aliança do Pacifico, e imprimiu esse caráter também às suas relações com o Brasil.

O mesmo conselheiro diz que, por outro lado, o novo governo acha que o Brasil tem tido uma política tímida em relação à América Latina.


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