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Rússia faz exercícios militares na região da fronteira com Ucrânia
Alemanha e EUA alertam para sanções se Crimeia se unir a russos em referendo de domingo
Uma pessoa morre no leste da Ucrânia após confrontos entre manifestantes; país aprovou reforço militar
A Rússia iniciou ontem novos exercícios militares em várias regiões da fronteira com a Ucrânia.
As manobras, que envolveram 8.500 militares, aconteceram três dias antes da realização do referendo na Crimeia que decidirá sobre a união da região aos russos.
"O principal objetivo destas medidas é verificar a capacidade das tropas de realizar os exercícios de combate em locais desconhecidos", disse o Ministério da Defesa russo. Em reação, o Parlamento da Ucrânia aprovou ontem a criação de uma Guarda Nacional de 60.000 voluntários para enfrentar as ameaças expansionistas da Rússia.
Líderes ocidentais acusam Moscou de ocupar a península da Crimeia, uma república autônoma, com maioria étnica russa e governo favorável à unificação com a Rússia.
O presidente interino da Ucrânia disse ontem que forças russas estão "prontas para invadir", mas ele acredita que os esforços internacionais podem acabar com o que chamou de "agressão" da Rússia e evitar risco de guerra.
Em discurso no Conselho de Segurança da ONU, o premiê ucraniano interino, Arseni Yatseniuk, falou em "agressão militar sem motivos".
A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, descartou ontem a opção militar como reação à crise, mas advertiu Moscou de que, se não houver mudanças em sua atitude, "haverá grande dano político e econômico à Rússia".
O secretário de Estado americano, John Kerry, também alertou que, se a Rússia anexar a Crimeia após o referendo, a UE e os EUA responderão com medidas "muito sérias" já na segunda-feira (17).
Uma pessoa morreu ontem em um confronto entre manifestantes pró-Rússia e apoiadores do novo governo ucraniano na cidade de Donetsk, no leste da Ucrânia.
O Ministério da Saúde informou que o rapaz, de 22 anos, que seria simpatizante ao governo da Ucrânia, foi esfaqueado. Foi a primeira morte provocada pela crise fora da capital, Kiev.
