Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mundo

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Análise Papa

Descentralização marca 1º ano de Francisco

Pontífice investiu na colegialidade e iniciou uma reforma da Cúria; simplicidade foi outro dos símbolos do período

Depois de um ano do pontificado de Francisco, completado ontem, a igreja não é mais a mesma nem é vista da mesma maneira por todos quantos se ocupam de vivê-la e acompanhá-la.

Três palavras caracterizam bem o que foi este período: colegialidade, simplicidade e misericórdia.

Seu governo se baseia na colegialidade episcopal. Ele se dispôs a executar aquilo que as Congregações Gerais, realizadas com os cardeais antes do conclave que o elegeu, propunham.

Já iniciou uma reforma na Cúria convocando um grupo para pensar e para assessorá-lo na melhor maneira de fazer uma outra forma de organização curial.

Também nomeou auxiliares capazes de trabalhar em equipe com ele, desvinculou o trato econômico da administração da burocracia curial, cobrou responsabilidades pastorais das conferências episcopais nacionais e convocou o sínodo dos bispos para atuar de maneira quase permanente e a partir de observações vindas de todos os cantos do planeta.

Não se considera nem quer ser um super-homem que tudo resolve, mas trabalha em equipe, confia nos colaboradores e não foge à sua responsabilidade diante de decisões difíceis.

Sua simplicidade pessoal dá o tom do pontificado. Quer simplificar trâmites, celebrações, procedimentos.

Ele é simples, mas não ingênuo. Carrega sua maleta, mora na Casa Santa Marta, partilha celebrações e refeições todos os dias com aqueles que por ali passam.

Atento às situações do mundo atual, Francisco conclamou a igreja a ser como um "hospital de campanha", pronta a socorrer as feridas das pessoas de hoje.

Mas diz que é preciso cuidar com maior atenção daquelas que sofrem mais, que vivem nas periferias existenciais e geográficas.

Sem ingenuidade, critica o sistema econômico que não valoriza as pessoas, mas as coisas; diz que ele cria ilusões que ferem os seres humanos, que é idólatra e que, por isso, precisa ser transformado.

Cobra humanização do sistema econômico e aponta o atual como excludente e responsável pelos maiores sofrimentos das pessoas: da fome às drogas, do abandono até as ilusões de solução mágica das situações vividas.

Afirmando que sonha com uma igreja pobre e para os pobres, Francisco lembra a necessidade de ser fiel ao Evangelho de Jesus na prática da opção preferencial pelos pobres. Aí reside a maior reforma que ele já realizou em seu primeiro ano de pontificado.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página