Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mundo

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Crimeia aprova união à Rússia, mas Ocidente não reconhece referendo

Com 75% dos votos apurados, mais de 95% optaram pela integração da região com Moscou

EUA e União Europeia não aceitam o resultado e dizem que é ilegítimo; líderes Putin e Obama conversam por telefone

LEANDRO COLON ENVIADO ESPECIAL À CRIMEIA

O governo da Crimeia anunciou que o resultado do referendo de ontem foi a favor da anexação da península à Rússia. Com cerca de 75% dos votos apurados, 95,7% eram pela separação da Ucrânia e a união com Moscou.

O primeiro-ministro da Crimeia, Sergei Aksionov, foi à praça Lênin, na capital, Simferopol, comemorar com a multidão que celebrava ao som de músicas soviéticas e do hino russo. "Estamos indo para a casa: a Rússia", disse o aliado do presidente russo, Vladimir Putin.

Uma delegação do governo da Crimeia viaja hoje a Moscou para dar início ao processo de anexação, que não é reconhecido pelo governo ucraniano nem por potências como EUA e membros do bloco europeu.

Em uma declaração divulgada pela Casa Branca, o governo americano reafirmou que não aceitará o resultado e voltou a ameaçar a Rússia: "Como os EUA e os nossos aliados já deixaram claro, a intervenção militar e a violação da lei internacional vão trazer custos cada vez maiores para a Rússia".

"O referendo é ilegal e ilegítimo, e seu resultado não será reconhecido", disse a União Europeia em nota.

O governo russo divulgou que Putin e o americano Barack Obama conversaram pelo telefone ontem.

O dirigente russo disse que o referendo respeita o direito internacional. Defendeu que é preciso buscar uma solução, mas responsabilizou as autoridades de Kiev pela suposta violência contra russos em cidades do país.

Os próximos passos devem dar o tom da tensão daqui para frente com a Ucrânia.

Espera-se que o Parlamento da Crimeia tome hoje as primeiras medidas para pôr em prática a estatização de empresas ucranianas. A moeda russa deve ser oficializada como a principal no lugar da ucraniana.

As tropas ucranianas baseadas na Crimeia podem receber um prazo para deixar a região, provavelmente até sexta, seguindo acordo de trégua que começou a ser negociado ontem pelos governos de Kiev e da Rússia.

O governo da Crimeia garante que a adesão ontem foi de 82% da população, mesmo com a promessa de boicote por parte dos tártaros (12% da população), e dos ucranianos (em torno de 25%). Ao todo, a península tem dois milhões de habitantes. Só 3,5% votaram pela manutenção como território ucraniano.

Aguarda-se qual será a reação de Putin. Suas tropas vão oficialmente entrar na Crimeia, desta vez com o referendo como um argumento?

Até agora, os movimentos de soldados de Moscou na região, segundo Putin, não eram invasão, apenas "defesa da população russa".

O governo russo já sinalizou que aceitaria um pedido de anexação e, com o respaldo da consulta pública, pode dar início a esse processo.

De maioria russa, a Crimeia foi anexada à Ucrânia em 1954. O referendo ocorreu em reação à queda do presidente ucraniano, Viktor Yanukovich, em fevereiro, que era alinhado a Moscou.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página