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EUA e Europa impõem sanções leves à Rússia

Ações são represália a referendo na Crimeia; independência da região em relação à Ucrânia é reconhecida por Putin

Punições têm efeito prático limitado e não atingem o líder russo; Obama se diz pronto a 'impor mais sanções'

LEANDRO COLON ENVIADO ESPECIAL À CRIMEIA

Os EUA e a União Europeia anunciaram ontem medidas leves de repúdio ao referendo na Crimeia, ao mesmo tempo em que o presidente russo, Vladimir Putin, reconheceu oficialmente a independência da península em relação à Ucrânia.

Numa ação para tentar isolar a Rússia, acusada de interferir na Ucrânia, os americanos impuseram congelamento de bens nos EUA e restrições a viagens de 11 russos e ucranianos.

Entre eles, Dmitry Rogozin, vice-premiê russo, Valentina Matviyenko, presidente da Câmara Alta do Parlamento russo e o ex-presidente ucraniano Viktor Yanukovich, aliado de Moscou.

O próprio Putin não entrou na lista das sanções americanas, no entanto.

A UE impôs sanções semelhantes contra 21 pessoas -- sendo 13 russos e oito da Crimeia, sem divulgar os nomes.

As punições são brandas em comparação com outras adotadas recentemente contra Síria e Irã, por exemplo, que afetam toda a economia por incluir bloqueio de fundos dos países e proibição de comércio e investimentos.

Do ponto de vista prático, as sanções anunciadas ontem têm efeito limitado porque envolvem congelamento de eventuais bens e restrições de entrada só nos países que as aplicam. Ou seja: se os alvos não tiverem bens nem interesse em entrar nesses lugares, nada ocorre.

A resposta de Putin foi dada logo depois: um decreto reconhecendo o "desejo" da soberania da península.

A situação política na Crimeia também levou o governo japonês a anunciar, na noite de ontem, a suspensão das negociações com a Rússia para flexibilizar a concessão de vistos e para a assinatura de outros acordos bilaterais. Apesar disso, não foram anunciadas sanções econômicas.

Putin é aguardado hoje no Parlamento de seu país para discursar sobre o pedido da Crimeia para se incorporar à Rússia.

A expectativa é que até quinta-feira a região receba um "sim" dos vizinhos.

MAIS SANÇÕES

O referendo, convocado e organizado em dez dias, apontou que 96,7% da população são a favor da anexação. O governo da Ucrânia considerou ilegal a consulta e disse que não aceitará perder o poder que tem sobre a península desde 1954. Anunciou, ainda, a mobilização de 40 mil militares reservistas.

"Se a Rússia continuar a interferir na Ucrânia, estamos prontos a impor mais sanções", disse Obama, em um pronunciamento feito na Casa Branca.

"Estamos deixando claro (à Rússia) que há uma consequência para suas ações."

No caso da Europa, nem todos os países estão dispostos a comprar uma briga com a Rússia. Espanha, Grécia e Bulgária, por exemplo, resistem a aderir às sanções.

A crise no país começou em novembro, quando Yanukovich, então presidente da Ucrânia, decidiu não assinar acordo comercial com o bloco europeu, cedendo à pressão do aliado Putin.


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