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Ucrânia anuncia retirada militar da Crimeia

Decisão ocorre após tropas pró-Rússia tomarem o controle de duas bases na península, reforçando a anexação

Kiev diz que deixará grupo de ex-repúblicas soviéticas; Parlamento russo deve ratificar união até amanhã

LEANDRO COLON DE LONDRES

O governo da Ucrânia anunciou que fará um plano de retirada de soldados e de seus parentes da Crimeia, anexada anteontem pela Rússia, em mais um capítulo da crise militar entre os países.

A decisão de remover os cerca de 15 mil militares e seus familiares, para a qual não foi dado prazo, equivaleria à desistência ucraniana de lutar pela região.

O anúncio foi feito após tomada de duas bases militares ucranianas por tropas pró-Rússia. Numa delas, em Sebastopol, cerca de 300 militares invadiram a base e forçaram os ucranianos a sair.

Não houve violência, ao contrário do ocorrido anteontem, quando um soldado de Kiev morreu na capital da Crimeia, Simferopol.

Imagens mostram a bandeira da Rússia sendo hasteada no lugar da do vizinho, na base. Os soldados se renderam, mas o chefe da Marinha ucraniana, Sergei Gaiduk, acabou detido, o que levou Kiev a dar um ultimato por sua liberação --segundo a Crimeia, a detenção seria para "esclarecimentos".

Além do quartel em Sebastopol, tropas russas tomaram também uma base de Novoozernoye, situada no oeste da península.

Em declaração a uma rede de TV americana, o presidente dos EUA, Barack Obama, descartou uma incursão militar do país na Ucrânia para resolver o impasse. "Mesmo os ucranianos reconheceriam que se envolver militarmente com a Rússia não seria apropriado", disse.

O secretário ucraniano de Segurança Nacional, Andriy Parubiy, disse que pedirá à ONU para transformar a Crimeia em zona desmilitarizada. É só uma reação simbólica, já que a Rússia tem o poder de vetar essa medida.

Em retaliação, o governo ucraniano informou que deixará a Comunidade de Estados Independentes, formada por ex-repúblicas da antiga União Soviética, e quer obrigar russos a pedirem vistos de entrada no país.

AGRESSÃO

A crise ganhou novo ingrediente com um vídeo divulgado na internet em que deputados ucranianos do partido de extrema-direita Svoboda agridem o diretor da TV pública local por ter transmitido o discurso do presidente russo, Vladimir Putin, a favor da anexação da Crimeia.

A península, cuja população é de maioria russa, foi anexada após referendo no domingo, em que 97% dos votos foram pela separação da Ucrânia, que controlava a Crimeia desde 1954. O governo ucraniano não reconhece a consulta pública.

Já o mandatário russo diz que Kiev é controlada por fascistas dispostos a perseguir a população russa. Ontem, o Parlamento russo avisou que ratifica nas próximas 48 horas a união da Crimeia.

Os EUA e a União Europeia também consideram ilegal a mudança e anunciaram sanções, embora limitadas, contra políticos envolvidos na anexação.

O G8, grupo das nações mais ricas do mundo, que inclui a Rússia, deve debater a suspensão do país na próxima segunda, segundo proposta do Reino Unido.


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