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Escolas da China dão remédios para que aluno não falte

Em muitos colégios, pagamento é baseado nos dias que criança compareceu às aulas; governo fará investigação

Criança contou ao pai que alunos tinham de tomar 'pílula branca' diariamente; ao menos 6 pessoas foram presas

MARCELO NINIO DE PEQUIM

O governo chinês determinou que todos os jardins de infância e as escolas primárias do país sejam inspecionados para verificar se os alunos estão recebendo remédios antivirais sem o conhecimento de seus pais.

A ordem foi dada depois que a prática foi descoberta em jardins de infância de três províncias do país.

Os remédios eram dados para prevenir doenças e aumentar o comparecimento das crianças à escola.

Em muitas escolas na China, o valor da anuidade é calculado tendo como base o número de dias que o aluno compareceu às aulas.

O primeiro caso da irregularidade foi descoberto no começo deste mês na cidade de Xi'an, no leste país.

Uma criança contou ao pai que os alunos da escola eram obrigados a tomar "uma pílula branca" diariamente.

Em seguida, outros casos semelhantes surgiram em outras províncias.

Quase 2.000 crianças receberam os medicamentos, e algumas reclamaram de efeitos colaterais, como tontura, dores de estômago e nas pernas, taquicardia e inchaço nas áreas genitais.

As informações foram divulgadas pela agência oficial de notícias Xinhua.

PRESOS

Num jardim de infância da província de Hubei, na região central do país, o diretor e seu vice foram presos ontem "por darem ilegalmente remédios antifebre a seus alunos", informou a Xinhua.

Em outras províncias, ao menos outras quatro pessoas também foram presas.

Remédios antivirais são amplamente usados em escolas da China, especialmente nesta época do ano, início de primavera, quando a variação de temperatura aumenta os casos de gripe.

Em Xi'an, pais revoltados protestaram na semana passada, acusando a escola de estar usando seus filhos como cobaias.

Fotos dos protestos circularam no Weibo (Twitter chinês) por alguns dias, até serem apagadas pela censura.

Nos últimos dias, a mídia estatal publicou vários artigos condenando a prática, por gerar uma "crise de confiança" em relação aos jardins de infância e pelos riscos à saúde das crianças.

O pai de um dos alunos contou ao jornal "Global Times" que várias crianças se queixaram de dores de estômago e de suores noturnos.

Levados ao médico, seus exames de sangue e urina revelaram a ingestão dos remédios, com possíveis danos para os rins.

"Os professores disseram a meu filho que o comprimido era bom para ele, mas que deveria ser mantido em segredo", disse um dos pais, identificado como Zhang, à Xinhua. "Ele já tomava o remédio havia três anos".


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