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Uruguai aceitará 5 presos de Guantánamo, diz Mujica

Questão é de 'direitos humanos', afirma presidente; detentos seriam refugiados

EUA negam ter fechado acordo; país seria o 1º da América do Sul a acolher prisioneiros da polêmica base militar

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O presidente do Uruguai, José Mujica, afirmou ontem que aceitou receber, a pedido dos Estados Unidos, cinco prisioneiros da base de Guantánamo (Cuba), sob controle americano. A embaixada dos EUA em Montevidéu nega a conclusão do acordo. Mujica não informou a identidade dos prisioneiros.

Caso se confirme a transferência, o Uruguai se tornará o primeiro país sul-americano a aceitar detentos da prisão, que abriga suspeitos de terrorismo, muitos deles sem acusação formal.

"É um pedido por uma questão de direitos humanos. Mais de 120 pessoas estão presas há 13 anos. Não viram um juiz, não viram um fiscal, e o presidente dos Estados Unidos quer se livrar desse problema", disse Mujica.

Ao assumir seu primeiro mandato, Barack Obama prometeu fechar Guantánamo.

No entanto, as restrições impostas pelo Congresso em relação à transferência dos detidos para solo americano o levaram a pedir ajuda de outros países.

O presidente uruguaio, ex-guerrilheiro que chegou ao poder em 2010, acrescentou que os prisioneiros virão ao país como refugiados.

"Se quiserem formar um lar e trabalhar, que fiquem no país", explicou. "Eles vêm como refugiados, e o Uruguai os acolherá se quiserem trazer a família e outros."

Eles teriam de permanecer ao menos dois anos dentro das fronteiras do país, de acordo com o mandatário.

A embaixadora dos EUA no Uruguai, Julissa Reynoso, disse que as duas partes mantêm negociações, mas negou que já esteja definido o número de prisioneiros.

"Estamos realizando consultas e conversas, mas não há acordo para um processo como esse no Uruguai."

Indagado se teria pedido alguma contrapartida aos EUA, Mujica respondeu que não costuma fazer favores de graça, mas que "dessa vez é preciso fazer isso".

Obama deve receber Mujica na Casa Branca antes do fim de junho.

Segundo a revista uruguaia "Búsqueda", durante sua última viagem a Cuba, em janeiro, Mujica conversou com o ditador Raúl Castro, que teria concordado com a ideia.

OPOSIÇÃO

A notícia provocou reação de opositores. O pré-candidato à Presidência Jorge Larrañaga, do Partido Nacional (centro-direita), disse que "aceitar presos de Guantánamo é aceitar o regime de Guantánamo, sem tratado internacional". "É um tremendo erro", afirmou.

Haverá eleições em outubro, e Mujica não pode concorrer à reeleição.


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