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Brasil se abstém em votação da ONU sobre referendo na Crimeia

Resolução apoiada por EUA e europeus considera ilegal anexação de região ucraniana à Rússia

China, Índia e África do Sul também se abstêm na Assembleia-Geral; FMI aprova resgate de US$ 18 bi à Ucrânia

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O Brasil foi um dos 58 países que se abstiveram na votação de uma resolução da ONU que considerou inválido o referendo que levou a Rússia a anexar a Crimeia, região autônoma da Ucrânia.

O texto, apoiado por Estados Unidos e União Europeia, foi aprovado ontem por 100 dos 169 países participantes da Assembleia-Geral da ONU e rejeitado por outros 11.

Além da Rússia, votaram contra Síria, Coreia do Norte e Venezuela. A resolução é de caráter simbólico, mas faz parte da pressão americana e europeia contra os russos pela disputa com a Ucrânia.

O Brasil vem sendo criticado por não se posicionar sobre a crise e ontem preferiu a neutralidade. O representante brasileiro na ONU, Antonio Patriota, defendeu o diálogo entre ucranianos e russos para resolver o crise, mas não fez menção à Crimeia.

Antes da votação, em audiência no Senado, o embaixador da Ucrânia no Brasil, Rostyslav Tronenko, criticou o silêncio. "Ninguém está pedindo ao Brasil para comprar briga, mas gostaríamos que nosso parceiro não ficasse em cima do muro."

A falta de posição foi um pedido da presidente Dilma Rousseff ao Itamaraty. Segundo diplomatas, o governo teme que o presidente russo, Vladimir Putin, cancele sua vinda ao país para a cúpula dos Brics, em julho.

Além do Brasil, os demais membros do grupo de emergentes --Índia, China e África do Sul-- se abstiveram.

A votação aconteceu no mesmo dia em que o FMI (Fundo Monetário Internacional) autorizou um resgate financeiro à Ucrânia, que poderá receber até US$ 18 bilhões (R$ 31,6 bilhões) nos próximos dois anos.

O valor é a metade dos US$ 35 bilhões que o governo local diz serem necessários para levantar sua economia.

O país tem dívida externa de 80% do PIB e reservas de US$ 16 bilhões, suficientes para apenas dois meses de importações.

O acordo ainda precisa da aprovação da diretoria do FMI e deve fazer com que o país faça ajustes econômicos. Ontem, o governo já anunciou um aumento de 79% no preço do gás, que começará em 1º de abril.

As medidas de austeridade devem ser executadas pelo próximo presidente, a ser escolhido em maio.

Dentre os postulantes estará a ex-premiê Yulia Tymoshenko, que anunciou sua candidatura ontem.

Na Crimeia, seis soldados ucranianos presos na tomada das bases, na semana passada, foram soltos. Outros cinco continuam detidos.


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