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Chanceleres russo e americano discutem Ucrânia em Paris

Após negar que Rússia possa invadir a Ucrânia, Lavrov quer discutir possível 'federalismo' para país vizinho

Reunião acontece dois dias depois de conversa por telefone entre presidentes Barack Obama e Vladimir Putin

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Após dizer ontem que a Rússia não tem a intenção de invadir a Ucrânia, o ministro das Relações Exteriores do país, Sergei Lavrov, irá se encontrar hoje com o secretário de Estado americano, John Kerry, em Paris.

O encontro foi decidido após telefonema entre os presidentes russo, Vladimir Putin, e americano, Barack Obama, na qual concordaram em iniciar uma negociação sobre a crise da Ucrânia.

A reunião foi confirmada pela porta-voz do Departamento de Estado americano, Jen Psaki, que havia anunciado pouco antes que Kerry estava a caminho da França.

Pela manhã, Lavrov havia declarado que a Rússia não tem a intenção de invadir a ex-república soviética. "A Rússia não tem intenção de cruzar as fronteiras da Ucrânia", disse.

Segundo o vice-ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Riabkov, a Rússia e os EUA negociam uma solução para a crise na região, mas não estudam um "plano único" que seria baseado na proposta americana.

"Não há plano único. Nós temos visões diferentes da situação. Há uma troca de pontos de vista, mas não podemos dizer que exista uma abordagem comum", insistiu Riabkov, segundo a agência de notícias russa Ria Novosti.

Lavrov falou ainda sobre um possível "federalismo" para a Ucrânia, "uma exigência do sul e do leste" do país, onde uma grande parcela da população tem origem russa.

A ideia de "descentralização" do governo da Ucrânia já foi mencionada por alguns diplomatas ocidentais.

A França também já expressou seu apoio à iniciativa para acalmar as tensões nessas regiões que se identificam cultural e economicamente com a Rússia e que criticam a destituição do ex-presidente Viktor Yanukovich, um aliado de Moscou, em fevereiro.

TELEFONEMA

Na sexta, em um telefonema com o presidente da Rússia, Obama questionou o aumento do número de soldados russos na fronteira do país com a Ucrânia.

Já Putin teria manifestado preocupação com a "onda extremista" que ele diz ter tomado conta da Ucrânia após a destituição de Yanukovitch.

A saída do presidente acabou levando à realização de um referendo de independência na Crimeia e a sua anexação pela Rússia. O referendo foi condenado pela Assembleia Geral da ONU na semana passada.

RETALIAÇÃO

Segundo a agência de notícias Reuters, diplomatas na ONU disseram que a Rússia ameaçou vários Estados do Leste Europeu e da Ásia Central com retaliação caso apoiassem a resolução, que acabou aprovada com cem votos favoráveis, 11 contrários e 58 abstenções.

As revelações sobre as ameaças russas surgiram depois que Moscou acusou países ocidentais de usarem "pressão descarada, até o ponto de chantagem política e ameaças econômicas", em uma tentativa de coagir os membros da ONU, formada por 193 nações, a darem seu apoio à resolução sobre a crise na Ucrânia.

De acordo com os diplomatas da ONU, que preferiram se manter anônimos, os alvos das ameaças russas incluíam Moldávia, Quirguistão e Tadjiquistão, bem como alguns países africanos.

Um porta-voz da missão da Rússia na ONU negou que o governo tivesse ameaçado qualquer país com represálias se apoiasse a resolução.

"Nós nunca ameaçamos ninguém. Nós apenas explicamos a situação", disse.


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