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Extrema direita obtém resultado recorde em eleições na França
Frente Nacional, de Marine Le Pen, conquista dez municípios
O partido de extrema-direita Frente Nacional (FN) conseguiu seu melhor resultado na história, enquanto o Partido Socialista (PS), do presidente François Hollande, foi o grande derrotado no segundo turno das eleições municipais francesas, ontem.
O pleito teve abstenção recorde de 38%, acima dos 36,5% do primeiro turno.
Os resultados preliminares mostram a direita com 45,91% dos votos, a esquerda com 40,57%, e a extrema direita com 6,62%.
Apesar da vitória da candidata socialista Anne Hidalgo em Paris (primeira mulher a assumir o cargo), o conservador União por um Movimento Popular (UMP) conseguiu vencer os socialistas em cidades importantes, como Toulouse, Reims e Saint-Etienne.
"Os resultados são ruins para a esquerda", declarou ao canal "TF1" a porta-voz do governo, Najat Vallaud Belkacem, após o fechamento das urnas.
O impopular premiê, Jean-Marc Ayrault, declarou que a derrota "é uma responsabilidade coletiva [do partido]". Mesmo assim, o governo deve manter a política atual, de reformas econômicas.
Já o presidente do UMP, Jean-François Copé, declarou que sua legenda é o "primeiro partido da França" e pediu mudanças em questões fiscais, judiciais e econômicas.
EXTREMA DIREITA
A extrema direita, que no primeiro turno já havia vencido na cidade de Hénin-Beaumont, conquistara até a conclusão desta edição mais nove cidades, em seu melhor resultado na história.
"O FN rompe a dicotomia UMP-PS. É preciso a partir de agora contar com uma terceira grande força política no país", disse a presidente do partido, Marine Le Pen.
A legenda é conhecida por sua oposição à integração da União Europeia e por defender bandeiras nacionalistas. Nos anos 1990, quando obtivera o melhor resultado até as eleições de ontem, governava quatro municípios.
A maior parte das vitórias eleitorais foi conquistada em cidades francesas que ainda sofrem as consequências sociais da crise na Europa, como alto desemprego --o país convive atualmente com média acima de 10%.
