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Suposto michê brasileiro gera escândalo político em Londres
Parlamentar britânico renuncia a posto em ministério após jornais apontarem caso com garoto de programa
Um brasileiro apontado como garoto de programa em Londres é pivô de uma crise envolvendo um membro do Parlamento britânico, considerado promessa política do Partido Conservador.
Mark Menzies, 42, renunciou no fim de semana ao cargo de secretário parlamentar do Ministério do Desenvolvimento Internacional após o tabloide "Sunday Mirror" afirmar que ele se envolveu sexualmente com Rogério dos Santos Pinto, 19, a quem teria encomendado drogas.
Até ontem, Menzies se mantinha como parlamentar, cargo para o qual foi eleito em 2010 no condado de Lancashire, noroeste da Inglaterra.
Segundo o jornal, Rogério Pinto comprovou, por meio de mensagens, ter sido contratado por 250 libras (pouco mais de R$ 1 mil) para fazer sexo com o político britânico.
O brasileiro, diz a reportagem, contou ainda que recebeu pedido de Menzies para comprar mefredona, substância sintética considerada ilegal no Reino Unido. Conhecida popularmente como "miau miau", a droga provoca efeitos similares ao do ecstasy e da cocaína.
Na edição de ontem, outro tabloide, "The Sun", trouxe reportagem com o título "Sexo no parlamento", informando que eles podem ter mantido relação dentro do Parlamento.
Para tanto, o jornal usa frases do brasileiro de que teria sido levado ao local no dia 26 de junho do ano passado para "se divertir".
Há certa discrição da imprensa e dos políticos locais ao tratar do tema, embora reconheçam que, politicamente, Menzies perde muito espaço entre os Conservadores.
Por um lado, a relação financeira com o brasileiro em troca de sexo é considerada assunto privado. Mas, se for comprovado que encomendou drogas, sua situação poderá ficar delicada, sobretudo porque Menzies tem se destacado pelas campanhas para aumentar investimentos na reabilitação de viciados.
A relação teria durado 18 meses. Segundo a imprensa britânica, Pinto hoje vive em São Paulo e passou meses ilegalmente em Londres após expirar seu visto de turista.
A Folha não conseguiu localizá-lo ontem.
Em nota, Menzies afirmou que deixaria o posto no ministério em razão das informações publicadas pela imprensa. Disse ainda que as acusações não são verdadeiras e que em breve pretende esclarecê-las.