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Rússia reduz tropas na fronteira ucraniana

Um dia após reunião entre Kerry e Lavrov em Paris, país diz ter iniciado retirada parcial de seu contingente militar

Na Crimeia, porém, presença russa ganha força simbólica com visita do premiê Medvedev à região

LEANDRO COLON DE LONDRES

A Rússia informou ontem que começou a retirar suas tropas da fronteira com a Ucrânia, um dia depois da reunião com o Estados Unidos para discutir uma solução à crise na região.

A informação foi confirmada pelo ministério de Defesa da Ucrânia e pela chanceler da Alemanha, Angela Merkel, que conversou por telefone com o presidente russo, Vladimir Putin.

A presença militar russa perto do leste da Ucrânia é um dos principais focos da tensão com ucranianos nas últimas semanas, principalmente após a anexação, não reconhecida por Kiev, da península da Crimeia por Moscou.

Em nota, o governo russo disse que Putin reforçou na conversa com Merkel a sua defesa de uma reforma constitucional na Ucrânia que defenderia os interesses da população de origem russa que vive no país.

O discurso é o mesmo adotado no fim de semana por seu ministro de Relações Exteriores, Sergei Lavrov, em reunião em Paris com o secretário de Estado americano, John Kerry.

Aos Estados Unidos, a Rússia disse que aceita dialogar com Kiev desde que se ponha à mesa a possibilidade de uma reforma que envolva, por exemplo, a federalização do país, o que daria mais autonomia às regiões com forte presença de russos.

A proposta seria levada ainda esta semana pelo governo americano à Ucrânia.

VISITA À CRIMEIA

Ontem, o primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, esteve na península da Crimeia acompanhado de boa parte de sua equipe de ministros.

Foi a primeira visita da comitiva ao local desde a anexação da região, no dia 18 de março.

A visita serviu, segundo os dirigentes, para discutir medidas econômicas e sociais após a incorporação da península ao território russo --entre elas, um plano escalonado para subir os salários dos funcionários públicos locais até igualá-los aos dos trabalhadores de Moscou.

Medvedev anunciou ainda a ideia de criar uma zona econômica especial para atrair investimentos à região. Sua visita foi criticada pelo governo da Ucrânia.

A Crimeia foi anexada à Rússia depois de um referendo realizado no dia 16 de março, no qual a população local aprovou a mudança com 97% dos votos.

O governo de Kiev não reconhece a consulta pública nem a perda do território, que classifica de "ilegal". Potências ocidentais, como Estados Unidos e União Europeia, também criticam a anexação.

A tomada da Crimeia foi uma resposta dos russos à derrubada, em fevereiro, do então presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovich, aliado de Putin. Ele foi destituído após meses de protestos, principalmente na capital.

No seu lugar, assumiu em Kiev um governo alinhado aos EUA e à União Europeia.


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