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Opositora é barrada diante de Congresso da Venezuela
Cassada por chavistas, deputada María Corina tentava entrar em sessão
Tribunal Supremo do país referendou perda de mandato; Corina deverá ser ouvida hoje no Senado brasileiro
A deputada opositora venezuelana María Corina Machado foi proibida ontem de entrar no Palácio Federal Legislativo, sede do Parlamento do país, em Caracas.
Ela chegou a uma esquina perto do palácio quando foi impedida de prosseguir por membros da Polícia Nacional Bolivariana (PNB).
Após alguns minutos, Corina foi de motocicleta para a sede de sua organização, a Vente Venezuela.
Dali, ela iria à sede do Tribunal Supremo de Justiça para solicitar revisão da medida tomada pelo presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, e pelos deputados governistas, que cassaram o seu mandato.
Ao participar de uma manifestação convocada em seu apoio numa praça da capital, a deputada foi atingida por gás lacrimogêneo lançado por policiais que tentavam dispersar o protesto.
Antes de tentar ir à sessão da Assembleia, Corina afirmou que a decisão do Tribunal Supremo de Justiça que confirmou a perda de seu mandato de deputada evidencia que não há separação entre os Poderes do Estado em seu país.
"Isso é algo que acontece apenas em ditaduras, porque, na realidade, trata-se de uma confabulação entre o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, todos controlados por Nicolás Maduro, que preside um regime ditatorial", disse a deputada à emissora de rádio de Caracas Unión Radio.
A cassação de seu mandato de deputada foi decidida na semana passada em uma sessão da Assembleia Nacional da qual participaram apenas parlamentares que apoiam o governo.
Corina perdeu o seu posto por ter aceitado utilizar a cadeira do Panamá em uma sessão da OEA (Organização dos Estados Americanos), em Washington, para fazer um relato da situação em seu país.
A apresentação da deputada, porém, acabou não se concretizando. Os legisladores venezuelanos pró-governo afirmaram que, mesmo assim, Corina teria violado dois artigos da Constituição.
Na noite de anteontem, o Tribunal Supremo de Justiça referendou essa posição.
Em um comunicado, a Sala Constitucional do TSJ confirmou que a representação de Corina na OEA "constitui uma atividade incompatível durante a vigência de sua função legislativa no período para o qual foi eleita".
Hoje, a deputada falará no Senado do Brasil sobre o governo de Maduro e sobre as perseguições que a oposição vem enfrentando. Ela terá também reunião reservada com 26 deputados na presidência da Comissão de Relações Exteriores da Câmara.