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Famílias voltam a morar em área de Fukushima pela primeira vez

Governo japonês libera retorno de 357 pessoas a 117 casas no raio de 20 km da usina nuclear

Região foi atingida há três anos por terremoto seguido de tsunami, que causou vazamento de material radioativo

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Três anos depois do terremoto seguido de tsunami que devastou a região de Fukushima, no Japão, 357 pessoas retornaram ontem para 117 casas na primeira área liberada pelas autoridades num raio de 20 quilômetros da usina nuclear atingida por ambos os fenômenos.

As famílias voltarão a morar no distrito de Miyakoji, em Tamura.

A área foi descontaminada pelo governo japonês, que foi obrigado a montar alojamentos temporários em outras partes da Prefeitura (equivalente a um Estado) de Fukushima para abrigar as 160 mil pessoas que precisaram deixar suas casas após o acidente nuclear. Três reatores da usina foram afetados, e até hoje ocorrem vazamentos.

Os primeiros moradores chegaram com o sentimento de voltar para casa, mas ainda com medo dos efeitos da radiação. Em entrevista à agência de notícias Reuters, Kimiko Koyama, 69, disse que muitos dos amigos da família não devem voltar.

"Não há trabalho e não convém vir para cá. Os mais jovens também têm medo. Minha filha não trará nossos netos para cá por causa da radiação", afirmou.

A maioria das famílias que voltou para a região é de idosos. As escolas devem ser reabertas na semana que vem, e a única creche do distrito recebeu somente 11 crianças no primeiro dia.

Enquanto isso, funcionários da usina nuclear começavam a remover parte do gelo e da neve que estavam no parquinho. Ainda não foi decidido o tempo que as crianças poderão permanecer fora de casa sem haver riscos para a saúde.

Nos primeiros meses após o acidente em Fukushima, elas só podiam brincar ao ar livre por meia hora.

A limpeza da cidade faz parte de um plano de descontaminação da região em torno da usina, no qual o governo estima gastar até US$ 30 bilhões (R$ 67,8 bilhões).

Na região de Miyakoji, os índices de radioatividade estão entre 0,11 e 0,48 microsievert por hora. Esses patamares estão bem abaixo dos 100 mil microsieverts por hora que a Organização Mundial da Saúde diz ser o limite para que não ocorram mais casos de câncer.

No entanto, o padrão de radioatividade a longo prazo, de 0,11 microsievert por hora, não deve ser atingido.

AJUDA

Os moradores que regressaram a Tamura também enfrentarão a crise econômica, provocada pelo fim dos empregos dados pela operadora da usina nuclear e pelas atividades agrícolas.

Como forma de compensação, o governo oferece um incentivo de cerca de US$ 9.000 (R$ 20,3 mil) a cada morador, pagos em parcela única.

Para os que ainda não podem voltar às suas casas, o Estado paga mensalmente US$ 1.000 (R$ 2.260).

Como a nuvem de radiação que sai de Fukushima se movimenta de forma irregular, algumas áreas fora do raio de 20 km também não podem ser reocupadas, por enquanto.


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