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Atos pró-Rússia invadem prédios na Ucrânia

No leste do país, manifestantes tomam ou cercam edifícios do governo ucraniano e pedem referendo como o da Crimeia

Ministro da Ucrânia acusa presidente russo, Vladimir Putin, de estar por trás dos protestos; tensão na região cresce

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Manifestantes pró-Rússia invadiram ou cercaram prédios do governo da Ucrânia em algumas das principais cidades do leste do país ontem.

Os protestos dão fôlego a um movimento que tomou conta da região depois que, em referendo no mês passado, a província da Crimeia escolheu ser anexada à Rússia.

Em Donetsk, a 80 quilômetros da fronteira russo-ucraniana, cerca de 50 manifestantes invadiram a sede do governo e montaram barricadas com pneus para impedir a retomada do prédio.

Mais de 2.000 pessoas protestam na cidade desde anteontem, exigindo um referendo pela anexação à Rússia. Manifestantes levaram cartazes com os dizeres "Donetsk, cidade russa" e "Otan, volte para casa" --o Parlamento ucraniano autorizou o treinamento de tropas com países da aliança militar ocidental.

Em Kharkiv --segunda maior cidade da Ucrânia, a menos de uma hora do território russo--, houve também invasão de prédios da administração regional e confrontos entre forças ucranianas e manifestantes pró-Rússia.

Em Luhansk, outra cidade do leste, centenas de pessoas cercaram a sede do serviço de segurança. O prédio foi atacado com ovos, pedras, uma granada de fumaça e até uma bomba incendiária, mas as chamas foram contidas logo.

O presidente ucraniano, Oleksander Turchinov, cancelou visita à Lituânia para lidar com a crise e fez reunião de emergência com os chefes do serviço de segurança.

Já o ministro do Interior da Ucrânia, Arsen Avakov, acusou o presidente russo, Vladimir Putin, de estar por trás dos protestos. "Putin e Yanukovich [ex-presidente ucraniano] pagaram a última onda de desordem separatista", escreveu o ministro no Facebook. "A situação vai voltar ao controle sem derramamento de sangue. Essa é a ordem para os policiais. Mas a verdade é que ninguém pode tolerar pacificamente esses provocadores fora da lei."

TEMOR DE INVASÃO

A Rússia deslocou grande contingente de tropas para perto da divisa com a Ucrânia, e há fortes especulações de que os protestos no leste do país possam servir de pretexto a uma invasão russa.

Apesar de países ocidentais criticarem a investida da Rússia sobre a Ucrânia, impondo sanções, Putin prometeu "defender por todos os meios"as populações de língua russa das repúblicas que integraram a União Soviética.

A situação política da Ucrânia se deteriorou em fevereiro, quando o então presidente, Viktor Yanukovich, apoiado por Moscou, foi derrubado depois de meses de intensos protestos, que deixaram mais de 80 mortos no país.

A região leste ucraniana é o coração do suporte a Yanukovich. A província de Donetsk, cuja capital é a cidade homônima, foi governada por ele de 1997 a 2002. Cerca de metade dos residentes da área são de origem russa e dizem ter medo de ser oprimidos pelo novo governo.


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