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Número de mortos por surto de ebola na Guiné já passa de cem
País do oeste africano registrou 1º caso da doença no fim de março; na Libéria, são dez mortes
Porcentagem dos que morreram entre os pacientes infectados está em torno de 65%, segundo dados da OMS
O número de mortes causadas por uma epidemia de ebola na Guiné (oeste da África) passou ontem de cem. A OMS (Organização Mundial da Saúde) afirmou ontem que precisará de dois a quatro meses para conter a doença.
Até o momento, foram detectados 157 casos na Guiné --onde surgiu a primeira confirmação, no dia 22 de março --, dos quais 101 doentes morreram.
Na vizinha Libéria, foram identificados 21 casos, com dez mortes --destas, cinco foram confirmadas em testes de laboratório.
"É um surto desafiador. Começou na Guiné, já se expandiu até a Libéria e há vários focos. O fato de que seja em diferentes localidades complica seu controle", disse o diretor-geral adjunto para Segurança Sanitária da OMS, Keiji Fukuda.
A OMS não recomenda viagens a esses locais. Por enquanto, as suspeitas de casos em outros países da região não se confirmaram.
O ebola é uma doença altamente contagiosa, que não tem tratamento específico e com taxas de mortalidade que podem chegar a 90% --embora, por enquanto, a porcentagem de pacientes infectados e que morreram está em torno de 65%.
O contágio acontece pelo contato direto com o sangue e com os fluidos e tecidos corporais das pessoas ou animais infectados. O período de incubação do vírus é de entre 2 e 21 dias.
Um fator positivo, segundo a OMS, é que entre os 50 especialistas enviados à Guiné há médicos de Uganda e do Gabão, países que já sofreram surtos. A maior epidemia de ebola já registrada foi a de Uganda, em 2000, quando 224 pessoas morreram.