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Maduro e oposição trocam farpas em diálogo

Presidente condena 'intolerância' de protestos, e opositores dizem que a Venezuela precisa 'escutar outras vozes'

Reunião proposta pela Unasul se inicia com 3 horas de atraso; em mensagem, papa exorta adversários a negociar

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e líderes oposicionistas, entre eles o governador de Miranda, Henrique Capriles, trocaram farpas em reunião ontem no Palácio de Miraflores, sede do governo em Caracas, para tentar conter a violência no país.

Proposta pelos chanceleres da Unasul (União de Nações Sul-Americanas), a reunião começou com mais de três horas de atraso: prevista para as 18h30 de ontem no horário de Brasília, foi iniciada só às 21h38, com transmissão ao vivo pela TV do país.

Em longa intervenção inicial, Maduro pediu que oposição e governo "condenassem juntos" a violência --desde fevereiro, conflitos no país mataram ao menos 40 pessoas. "Aqui não há negociações nem pactos: buscamos um modelo de coexistência pacífica", disse o presidente.

"Imaginem se tivéssemos sido fracos e os protestos me tivessem tirado daqui", prosseguiu Maduro. "Quem colocariam? Com que método o iriam legitimar? (...) Quando falo, represento milhões de pessoas", acrescentou o presidente, que condenou a "intolerância" dos protestos.

O primeiro dos 22 oradores do governo e da oposição escalados para falar em seguida --cada um por dez minutos-- foi Ramón Aveledo, secretário-executivo da MUD, a coalizão oposicionista.

Aveledo afirmou que só a expectativa pelo encontro de ontem já era sintoma da falta de diálogo no país. "Entre 12 e 26 de fevereiro, o presidente falou em cadeia nacional, em média, de 52 minutos a uma hora. É preciso que o país escute outras vozes", disse o secretário-executivo.

Outro oposicionista, o deputado Andrés Velásquez, disse que os antichavistas não tinham ido à reunião negociar nada ("direitos constitucionais são inegociáveis") e se queixou da ausência de representantes estudantis.

O encontro não terminara até a conclusão desta edição. Antes de Maduro falar, o núncio (embaixador do Vaticano) em Caracas, Aldo Giordano, leu uma mensagem do papa Francisco, em que ele condenou a violência e exortou os venezuelanos ao diálogo.

O ministro das Relações Exteriores do Equador, Ricardo Patiño, falou em nome dos chanceleres da Unasul --entre eles o brasileiro Luiz Fernando Figueiredo, presente ao encontro-- também pedindo que as mortes cessassem.

Ontem, antes da reunião, Maduro havia provocado Capriles --candidato à Presidência derrotado por margem ínfima em 2013-- chamando-o de "governador fracassado".Em resposta, também antes do encontro, Capriles disse que Miraflores iria "tremer".

O encontro em Miraflores excluiu a ex-deputada oposicionista radical María Corina Machado, cassada em março.

OPOSITOR PRESO

A Justiça do país marcou para 8 de maio audiência com o líder opositor e ex-prefeito de Chacao Leopoldo López, preso desde 18 de fevereiro.

Após a audiência, a juíza Ralenis Tovar deve decidir se López responderá por danos à sede do Ministério Público e pelo incêndio de seis carros de polícia nas manifestações de 12 de fevereiro, primeiro dia dos atos contra Maduro.

Autoridades informaram que um policial foi morto em confronto com manifestantes em Barquisimeto, o que levou a 40 o total de mortos desde o começo dos protestos.


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