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Após derrota, botafoguenses ficam 'presos' em Buenos Aires
Brasileiros sofrem com falta de voos e dificuldade de chegar a aeroporto
Sentado em um carrinho de bagagem no aeroporto Aeroparque, em Buenos Aires, o brasileiro Gabriel Bastos, 21, era a imagem da desolação. "Sempre dizem que as coisas podem piorar. Tá vendo, é verdade", afirmou.
Torcedor do Botafogo, Bastos viajou para assistir ao jogo do time carioca contra o San Lorenzo, realizado na noite de anteontem, na capital argentina. Com a derrota por 3 a 0, viu seu clube ser eliminado na primeira fase da Libertadores da América.
A viagem pioraria ontem, ao descobrir que o voo da Gol que o levaria de volta para o Rio havia sido cancelado por causa da greve geral no país.
Bastos e mais três amigos da torcida organizada Loucos pelo Botafogo esperavam na tarde de ontem a companhia aérea brasileira fornecer algum tipo de ajuda.
"Não temos mais dinheiro. A Gol diz que não vai dar vale-alimentação nem transporte. Disseram para pedir reembolso", disse o torneiro mecânico Rodrigo Machado, 24, que também viajou para ver o Botafogo.
Depois de quase seis horas de espera, a Gol levou os quatro amigos e mais um casal brasileiro para um hotel.
O voo da Aerolíneas Argentinas que os jogadores e dirigentes do Botafogo tomariam ontem no Aeroparque também foi cancelado.
Com isso, o time permaneceu num hotel em Buenos Aires e embarcou no aeroporto internacional de Ezeiza em um voo da Emirates com destino ao Galeão.
A agência oficial de turismo do Botafogo informou que os torcedores que compraram pacotes foram avisados sobre a greve antes de viajar.
De acordo com a empresa, eles foram realocados em voos de outras empresas, saindo de Ezeiza na noite de ontem e na manhã de hoje.
Em Ezeiza, só voos internacionais decolavam --exceto os da Aerolíneas Argentinas e da LAN. A Folha percorreu o local, e brasileiros que viajavam de TAM e Gol faziam check-in normalmente. "O problema foi chegar aqui. Taxistas queriam cobrar o dobro da corrida", contou o vigilante Thiago de Souza, 28.
Ao menos cinco brasileiros ouvidos nos dois aeroportos pediram para não serem identificados porque viajaram após dizerem no trabalho que estavam doentes.